Troia (2ª temporada) – Episódio 01

Esparta

CENA 1/MARINA/EXT./DIA

O navio já estava pronto para partir de volta para Troia. Páris então chega com Helena disfarçada, usando roupas de homem.

PÁRIS — Vá direto para o meu quarto quando chegar, é o primeiro do corredor principal, a porta está aberta.

HELENA — Sim, você já me disse o que devo fazer muitíssimas vezes.

Páris sorri.

PÁRIS — Não esqueça de esconder o máximo possível o rosto com o lenço, ou alguém poderá ver que não se trata de um homem e sim de uma mulher. Eu tenho que esperar por meu irmão aqui fora.

HELENA — Então… estou pronta!

Helena começa a entrar no navio, escondendo o rosto com o lenço da própria túnica. Após um tempo, chega Heitor que cumprimenta o irmão, embarcando, os dois, logo em seguida.

CENA 2/CASTELO/CORREDOR/INT./DIA

Clitemnestra saía intrigada do quarto da irmã, quando vê Penélope passando.

CLITEMNESTRA — Penélope! Você sabe onde minha irmã está?

PENÉLOPE — Não a vejo desde ontem no jantar.

CLITEMNESTRA — Estranho… você poderia me ajudar a procurar por ela?

Penélope sorri.

PENÉLOPE — Claro que sim! Vamos?

As duas começam a andar rapidamente, em busca da rainha.

Esquiro

CENA 3/CASTELO/QUARTO DE DEIDAMIA/INT./DIA

Aquiles/Pirra empurra Deidamia, que o beijava intensamente.

AQUILES/PIRRA — Princesa… não sei o que dizer.

DEIDAMIA — Diga apenas se aceita namorar comigo. Apenas isso!

Aquiles/Pirra olha para ela e solta um imenso sorriso.

AQUILES/PIRRA — É claro que sim!

E então os dois se beijam novamente.

Ftia

CENA 4/CAMPO/EXT./NOITE

Pátroclo estava deitado debaixo de uma grande árvore, olhando para o ceéu

PÁTROCLO (P/ SI) — Que saudades de você… meu amigo!

Pátroclo pensava em seu melhor amigo, Aquiles.

PÁTROCLO (P/ SI) — Que os deuses lhe tragam rápido de Esquiro. Não suporto ficar tanto tempo distante.

Uma lágrima escorre pelo seu rosto e ele então fecha os olhos e chora intensamente.

CENA 5/CASTELO/QUARTO DE PELEU E TÉTIS/INT./NOITE

Peleu se preparava para deitar, enquanto sua esposa, Tétis já estava deitada, pensativa, olhando para o “nada”.

PELEU — O que está acontecendo minha querida?

Tétis sorri.

TÉTIS — Saudade, saudade de nosso filho!

Peleu vai para a cama, deita-se e abraça a esposa.

PELEU — Logo ele voltará para nós, tenho certeza!

TÉTIS — Que os deuses lhe ouçam.

PELEU — Tenho certeza que eles estão vendo todo o nosso sofrimento e logo trarão Aquiles!

Troia

CENA 6/MARINA/EXT./NOITE

O navio havia chegado a poucos minutos e os reis esperavam pelos filhos, Páris e Heitor. Eles então se surpreendem ao ver o filho descendo com uma mulher. Páris sorria, enquanto Heitor carregava um semblante preocupado.

HÉCUBA — Não é Helena, rainha de Esparta?

PRÍAMO — Rapazes, o que a rainha dos espartanos faz aqui?

HEITOR — Não tenho nada a ver com isso, meu pai!

Os três chegam em terra firme, Heitor vai para o lado do pai, enquanto Páris e Helena ficam de frente com o rei e a rainha respectivamente.

HÉCUBA — Rainha Helena, o que a trouxe aqui?

Helena sorri.

HELENA — Simples,  o amor por Páris.

Príamo e Hécuba trocam olhares nervosos, enquanto os dois amantes se beijam.

CENA 7/CASTELO/SALA DO ACERDOTE/INT./NOITE

Criseis pegava a poção que havia preparado para Andrômaca, enquanto a princesa estava sentada, em uma cadeira.

CRISEIS — Então a senhora não quis ir receber o marido?

ANDRÔMACA — Acredito que ele compreenderá minha ausência.

CRISEIS — Compartilho da mesma opinião.

Criseis pega um frasco e entrega para Andrômaca.

CRISEIS — Coloque o pó que está dentro deste frasco em um copo com água, assim você terá um chá que ajudará a preparar seu ventre para receber uma vida.

Andrômaca pega o frasco e abraça o sacerdote.

ANDRÔMACA — Não sabe o que seria de mim sem você, sacerdote Criseis!

CRISEIS — São pessoas como você que me motivam.

ANDRÔMACA — Se me permite, irei preparar o chá agora mesmo.

CRISEIS — E já ia me esquecendo, utilize água quente e não esqueça de clamar aos deuses, tudo depende deles!

ANDRÔMACA — Espero que eles estejam do meu lado!

Andrômaca se despede com um sorriso e sai, o sacerdote volta a seus estudos.

Esparta

CENA 8/CASTELO/SALA DO TRONO/INT./NOITE

Menelau estava em seu trono, exausto, tomando seu  típico vinho. Clitemnestra então entra, aparentemente nervosa.

MENELAU — Clitemnestra, o que está acontecendo?

CLITEMNESTRA — Algo terrível aconteceu, meu querido rei!

Menelau se levanta assustado.

MENELAU — Foi algo com meu irmão?

CLLITEMNESTRA — Não, mas sim com a minha irmã, sua esposa e rainha de Esparta!

MENELAU — O que houve com Helena?

CLITEMNESTRA — Ela simplesmente desapareceu!

Menelau derruba o cálice com vinho no chão, visivelmente assustado com a notícia.

CENA 9/CASTELO/CORREDOR/INT./NOITE

Penélope e Leda caminhavam pelo longo corredor do palácio, o corredor que levaria até o quarto de Helena e Menelau.

PENÉLOPE — Talvez ela esteja no quarto.

LEDA — Nós já fomos ao quarto de minha filha várias vezes.

PENÉLOPE — Temos que ter a esperança guardada na Caixa de Pandora conosco, iremos encontrar Helena.

Hermíone, que saía de um outro corredor escuta tudo e corre até elas.

HERMÍONE — Minha mãe? O que aconteceu com minha mãe?

Penélope e Leda trocam olhares e, em seguida, se voltam para a jovem menina.

LEDA — Vou ser sincera, como sempre fui. Sua mãe desapareceu!

HERMÍONE — Será que foi aquele rapaz…

PENÉLOPE — Qual rapaz?

HERMÍONE — Não posso falar, eu prometi a ela.

LEDA (GRITANDO) — Eu lhe ordeno que fale! Você deve me obedecer!

HERMÍONE — Eu a vi beijando Páris, mas prometi nunca revelar a ninguém.

LEDA (ASSUSTADA) — Não… não pode ser!

Leda entra em outro corredor rapidamente.

PENÉLOPE — Onde você vai, minha tia?

LEDA — Menelau precisa ficar ciente disso!

Leda então vai rapidamente na direção da sala do trono, onde Menelau se encontrava, enquanto Hermíone olha assustada para Penélope. Penélope então abraça a prima.

HERMÍONE — Acho que fiz algo errado!

PENÉLOPE — Fique calma, o que está feito, está feito, não se pode mudar!

CENA 10/CASTELO/SALA DO TRONO/INT./NOITE

Leda entra apressada, enquanto Menelau comia uvas.

MENELAU (ASSUSTADO) — Minha sogra, o que a traz aqui?

LEDA — Me desculpe a falta de modos, meu rei, mas se trata de um assunto que me deixa extremamente nervosa!

MENELAU — Pois então me diga, antes que eu também fique tão nervoso quanto você!

LEDA — Hermíone, vossa filha, parece ter descoberto onde Helena está.

MENELAU — Continue…

LEDA — Vou ser rápida, minha neta viu a mãe aos beijos com Páris.

Leda respira fundo ao ver o olhar de Menelau se transformar, de um olhar cansado para um nervoso. Ele pega a bandeja com frutas que estava em uma pequena mesa ao lado de seu trono e a arremessa contra a parede, assustando a antiga rainha.

MENELAU (GRITANDO) — Não!

Troia

CENA 11/CASTELO/QUARTO REAL/INT./NOITE

Hécuba entra furiosa, acompanhada por suas filhas Creusa e Cassandra..

HÉCUBA (GRITANDO) — Páris me decepcionou, assim como Heitor e Príamo!

CASSANDRA — Minha mãe se acalme…/

HÉCUBA (GRITANDO) — Eu não vou e nem quero me acalmar. Eu conheço muito bem os espartanos, Menelau não deixará isso passar em vão.

CREUSA — Parece que Páris deveria ter continuado sua vida longe do castelo.

CASSANDRA — Creusa!

Cassandra oferece um copo com água à mãe, que o pega e o arremessa contra  a parede.

HÉCUBA (GRITANDO) — Não vai ser uma meretriz que vai acabar com o meu reinado, eu abri mão de muitas coisas para uma estrangeira jogar tudo na água. Ela não sabe com quem está brincando, não sabe mesmo!

CENA 12/CASTELO/CORREDOR/INT./NOITE

Heleno saía de seu quarto, quando se esbarra em Helena, que passava em frente à porta.

HELENO — Me desculpe.

Helena sorri.

HELENA — Não tenho o que desculpar.

HELENO — Desculpe-me a pergunta, mas você é nova aqui? Nunca a vi pelos corredores deste castelo.

HELENA — Sim, cheguei hoje. Resumindo, sou praticamente esposa de Páris.

Heleno se espanta.

HELENO — Ele deve ter te conhecido em Esparta…

HELENA — Exatamente, agora se me permite, vou para o santuário, fazer algumas orações.

HELENO — Espero encontrá-la novamente, futura princesa.

Helena sorri e continua caminhando. Heleno fica parado a observando até ela entrar em outro corredor.

CENA 13/CASTELO/SALA DO TRONO/INT./NOITE

Príamo caminhava de um lado para o outro da sua imensa sala, aparentemente nervoso. Páris então entra, fazendo o pai parar.

PRÍAMO — Páris, Páris… precisamos muito conversar.

PÁRIS — Meu pai, eu sei que errei, antes mesmo de Helena embarcar eu sabia que era errado.

PRÍAMO — Então porque a trouxe, tem noção do que pode ter causado caso Menelau descubra que a amada está aqui, e ele vai descobrir!

PÁRIS — Foi o amor, meu pai, apenas o amor.

PRÍAMO — Não lhe chamei para ouvir justificativas. Quero apenas que saiba que Helena poderá viver aqui, levá-la será pior.

PÁRIS — Muito obrigado meu pai!

PRÍAMO — Mas fique sabendo, perdi toda a confiança que possuía em você. Tomara que o trono de Troia nunca caia em suas mãos, você seria o rei mais irresponsável que os troianos já tiveram!

Páris fica envergonhado.

CENA 14/CASTELO/CORREDOR/INT./NOITE

Heleno e Dêifobos caminhavam conversando.

HELENO — Você viu a nova namorada de Páris, meu irmão?

DÊIFOBOS — Não a vi, mas Heitor me contou tudo. Helena é a rainha de Esparta, esposa do poderoso Menelau.

Heleno se assusta.

HELENO — Não pode ser, não consigo acreditar que Páris a sequestrou.

DÊIFOBOS — Não foi bem um sequestro, ela veio por espontânea vontade.

HELENO — Menelau e Páris tem mesmo muito bom gosto, ela é linda!

DÊIFOBOS — Parece que a rainha conquistou mais um coração!

Ambos riem.

CENA 15/CASTELO/QUARTO DE ANDRÔMACA E HEITOR/INT./NOITE

Andrômaca e Creusa conversavam, sentadas sobre a cama.

ANDRÔMACA — Só espero que a vinda de Helena não cause nenhum grande conflito.

CREUSA — Que os deuses lhe escutem!

Andrômaca se levanta.

ANDRÔMACA — Vou me trocar, Creusa, fique a vontade.

CREUSA — Vou pegar aquelas jóias que lhe emprestei e também já estou de saída.

ANDRÔMACA — Como já disse, fique a vontade!

Andrômaca entra em outra sala, então Creusa corre até uma pequena mesa que estava do lado da cama do casal. Em cima dela havia um jarro de água.

CREUSA (P/ SI) — Finalmente a oportunidade da minha vida.

Ela pega o frasco com a poção que havia roubado de Criseis e estava guardada entre seus seios e coloca um pouco do líquido na água.

CREUSA (P/ SI) — Sem gosto e sem sabor, perfeita!

Creusa guarda o frasco e sai, sorrindo

CENA 16/CASTELO/JARDIM/EXT./DIA

Helena estava sentada embaixo de uma tenda no jardim, tomando seu café da manhã, com pães e suco de frutas. Hécuba então chega, acompanhada por suas damas. Ela vai até Helena.

HÉCUBA — Finalmente nos reencontramos Helena, rainha de Esparta!

HELENA — Bom dia, majestade.

HÉCUBA — Levante-se e me cumprimente direito!

Helena se levanta envergonhada e faz uma reverência à rainha.

HELENA — Como vai, majestade?

HÉCUBA — Estou péssima desde quando você chegou!

Helena olha assustada para a rainha.

HELENA — Me desculpe, mas o que eu fiz de errado?

Hécuba ri.

HÉCUBA — Simplesmente fugiu de Esparta, traiu seu marido e agora se encontra refugiada em meu reino!

HELENA — Eu não fiz por mal, eu amo Páris como eu nunca amei outro homem. Meu casamento com Menelau foi arranjado pelo meu pai. Esperava que a senhora me entendesse!

Hécuba se aproxima da outra rainha sorrindo e lhe dá um tapa no rosto.

HÉCUBA — Acho que isso responde sua pergunta, sua meretriz! Agora saía do meu jardim, pelo menos aqui quem manda sou eu!

Helena sai chorando, enquanto Hécuba senta-se em sua típica cadeira, enquanto suas servas a serviam.

Esparta

CENA 17/CASTELO/SALA DO TRONO/INT./DIA

Menelau caminhava nervoso de um lado para o outro da sua grande sala. Agamenon, seu irmão, então entra.

MENELAU — E então Agamenon? Cumpriu sua tarefa?

AGAMENON — Sim, meu irmão. Todos os reinos aliados foram convocados para nos auxiliar na futura guerra!

Menelau sorri.

MENELAU — Ótimo, iremos invadir e destruir todo o reino troiano e Helena voltará para meus braços!

A câmera foca em Menelau, sorrindo.