Troia (2ª Temporada) – Episódio 05

Troia

TROIA
AUTOR – Felipe Borges
Episódio 2×05 – Vilãs PARTE II

CENA 1/CASTELO/SALA DE CRISEIS/INT./DIA

Creusa procurava pelo papiro com a fórmula da poção para abortos e também por uma pronta.

CREUSA (P/ SI) — Pelos deuses, da primeira vez foi bem mais fácil achar.

A princesa finalmente consegue encontrar tudo o que precisava, mas nesse exato momento entra Cassandra.

CASSANDRA — Creusa, O que você acaba de pegar?

Creusa se assusta derrubando o frasco que quebra.

CREUSA (ASSUSTADA) — Cassandra?

CASSANDRA — Que poção você derrubou, parece que o cheiro não me é estranho…

CREUSA — Eu estava atrás de Criseis, mas ele não está aqui, depois eu volto.

Cassandra segura a irmã pelo braço.

CASSANDRA — O que você está aprontando, Creusa?

Antes que a princesa respondesse, Helena entra na sala, trazendo Andrômaca praticamente desmaiada.

CASSANDRA — O que houve, Helena?

HELENA — Não sei, Andrômaca apenas desmaiou!

Creusa consegue se soltar.

CREUSA — Agora é sério, tenho que ir!

CASSANDRA — Espera um pouco, eu reconheço este cheiro.

Cassandra segura Creusa e pega o papiro que ela levava nas mãos.

CREUSA (GRITANDO) — Me devolve!

Cassandra rapidamente abre o papiro e lê.

ANDRÔMACA (COM DIFICULDADE) — Minha barriga… parece que vai explodir!

CASSANDRA — Creusa, você está envenenando, Andrômaca?

Creusa se assusta, assim como Helena. Neste mesmo instante, Andrômaca desmaia.

CENA 2/CASTELO/JARDIM/EXT./DIA

Criseis havia termiado de arrumar o jardim para o ritual, quando Hécuba vai até ele.

HÉCUBA — Cassandra está demorando.

CRISEIS — Também percebi isso, majestade!

HÉCUBA — Não podemos esperar tanto para o início do ritual!

CRISEIS — Eu posso buscá-las.

HÉCUBA — Termine de arrumar tudo, eu mesmo vou.

CRISEIS — Se a senhora deseja…

Hécuba sorri e começa a ir para fora do jardim.

Micenas

CENA 3/CASTELO/QUARTO DE CLITEMNESTRA E EGISTO/INT./DIA

Clitemnestra e Egisto estavam deitados sobre a grande cama real, completamente nus, envolvidos apenas por um fino lençol de seda branco.

CLITEMNESTRA — Devo admitir estou adorando este novo estilo de vida!

Os dois riem.

EGISTO — Também estou adorando, mas um medo ainda me persegue…

CLITEMNESTRA — E qual seria?

Neste momento Electra chega, trazendo vinho para a mãe e padrasto.

ELECTRA (P/ SI) — Um medo de Egisto, isso pode me ajudar a destruí-lo.

Ela se esconde atrás da porta, sem que eles percebessem.

EGISTO — Oreste ainda é uma criança, mas e quando crescer e se tornar um homem e nós já formos velhos, ele poderá nos destruir.

Clitemnestra suspira, olhando para sua imagem refletida pelo espelho.

CLITEMNESTRA — Ele não faria isso.

EGISTO — Não podemos ter certeza, temos que nos proteger!

CLITEMNESTRA — E o que você sugere?

EGISTO — Morte! Vamos matar Orestes.

Elecra se assusta, enquanto Clitemnestra não esboça reação.

ELECTRA (P/ SI) — Eu não posso deixar!

Electra sai rapidamente.

CLITEMNESTRA — Faça o que quiser, não me importo com ele!

Egisto sorri.

Em seguida entra uma criada.

CLITEMNESTRA — O que quer, maldita?

CRIADA — Uma visita lhe espera na Sala do Trono, majestade!

CLITEMNESTRA — Visita?

CRIADA — Sim, sua mãe, Leda!

Clitemnestra e Egisto se assustam.

CENA 4/CASTELO/QUARTO DE ORESTE E ELECTRA/INT./DIA

O quarto era bem diferente do quarto de algum nobre. Era pequeno, sujo e escuro. Os poucos móveis eram velhos. Orestes, ainda uma criança pequena, de mais ou menos 7 anos, brincava sentado no chão, diferente da irmã, ele não havia sido transformado em escravo. Electra entra correndo.

ORESTES — Vamos brincar?

ELECTRA (NERVOSA) — Agora não podemos, você tem que vir comigo.

Electra pega o irmão nos braços, correndo para fora do quarto.

ORESTES — Para onde vamos?

ELECTRA — Para um lugar seguro!

Ela continua correndo com ele nos braços, muito confuso.

CENA 5/CASTELO/SALA DO TRONO/INT./DIA

Clitemnestra entra, acompanhada de Egisto e logo vê Leda de pé, próxima ao trono.

LEDA — Então é verdade…

CLITEMNESTRA — Não sabe como estou com saudades, minha mãe.

LEDA — Também estou com saudades!

As duas se abraçam, enquanto Egisto observa tudo.

LEDA — Egisto? Você não estava preso?

EGISTO — É uma longa história, magnífica Leda!

LEDA — Podem contar, não tenho pressa!

CLITEMNESTRA — Vou mandar que preparem um excelente jantar em sua honra, minha mãe!

Leda sorri, enquanto Clitemnestra e Egisto trocam olhares nervosos.

Troia

CENA 6/CASTELO/SALA DE CRISEIS/INT./DIA

CASSANDRA — Vamos Creusa, explique-se imediatamente.

CREUSA — Eu não devo explicações a nenhuma de vocês.

Enquanto elas discutiam, Hécuba chega e ao perceber o conflito esconde-se atrás de uma das portas, para que pudesse ouvir.

CASSANDRA — Acaba de afirmar que é a responsável por tudo que está acontecendo com Andrômaca

Creusa ri.

CREUSA — Eu a envenenarei quantas vezes forem necessárias, assim Heitor nunca terá um herdeiro e o meu Ascânio se tornará rei de tudo isso!

HELENA — Você é muito baixa!

CREUSA (GRITANDO) — Cale a boca sua prostituta! Enquanto eu caso a morte de vermes que habitam a barriga de Andrômaca, você é a responsável por esta guerra e por todas as vidas nela perdidas!

CASSANDRA — Creusa, se controle!

CREUSA (RINDO) — Podem fazer o que quiserem, Andrômaca com certeza nunca mais engravidará e vocês duas, uma meretriz vinda de Esparta e uma profetisa fracassada, nunca terão força para me desmascarar.

Neste momento Hécuba entra. Todas ficam assustadas, principalmente Creusa.

HÉCUBA — Mas eu, a rainha de Troia, tenho força suficente para lhe desmascarar e pode ter certeza que você receberá uma punição a altura!

CREUSA (DESESPERADA) — Me perdoe, minha mãe!

Creusa tenta abraçar Hécuba, mas a rainha a empurra.

HÉCUBA — Não se aproxime!

Hécuba vai então até Andrômaca, que ainda estava desmaiada, ao lado de Helena.

HÉCUBA — Helena, busque por Criseis, ele deve estar no jardim!

HELENA — Com sua licença!

Helena sai.

CENA 7/CASTELO/SALA DE CRISEIS/INT./DIA

Somente Hécuba, Andrômaca, ainda desmaiada e Criseis. O sacerdote examinava a princesa.

HÉCUBA — Já tem um resultado para tudo o que a louca fez contra Andrômaca?

CRISEIS — Mantenha a calma, soberana.

HÉCUBA — Por favor, não esconda nenhuma notícia de sua soberana.

CRISEIS — Certo… talvez Andrômaca nunca mais engravide. Ele está sendo envenenanda por anos, nunca vi um caso assim.

HÉCUBA — Pelos deuses, pobre mulher. Creusa me envergonha mais a cada instante.

Hécuba e Criseis olham tristes para Andrômaca.

CENA 8/CASTELO/SANTUÁRIO/INT./DIA

Heleno entra e vai até a estátua de Afrodite, que desde a chegada de Páris, ocupava um lugar especial. Sempre rodeada de flores. Ele se ajoelha aos pés da estátua e começa a chorar.

HELENO (CHORANDO) — Poderosa Afrodite, eu não lhe peço muito, apenas o coração de Helena, quero que ela me ame como eu a amo.

Ele continua chorando.

CENA 9/CAMPO DE GUERRA/TENDA DE MENELAU/INT./NOITE

Menelau, sentado em seu grande trono de madeira, conversava com Agamenon.

MENELAU — Agamenon, precisamos decidir rapidamente como iremos fazer para derrotar os troianos.

AGAMENON — Isso é o que mais quero, três anos já se passaram e a guerra parece estar ainda em seu primeiro dia.

Menelau suspira.

AGAMENON — E se invadíssemos o acampamento inimigo?

MENELAU — Isso é praticamente impossível.

AGAMENON — Praticamente, mas não totalmente!

Os dois continuam conversando.

CENA 10/CASTELO/SALA DO TRONO/INT./NOITE

Hécuba caminhava de um lado para o outro da imensa sala do trono, sozinha.

HÉCUBA (P/ SI) — Príamo, o mundo está caindo aos meus pés, preciso tanto de você ao meu lado, é difícil governar tudo sozinha…

Neste instante Príamo entra, sorridente.

PRÍAMO — Seu desejo é uma ordem, majestade!

Hécuba se assusta ao ver o marido.

HÉCUBA — Os deuses atenderam meus pedidos!

Os dois então se abraçam, felizes.

PRÍAMO — Eu já estou velho e fraco, meu lugar é aqui dentro, junto de minha esposa.

HÉCUBA — Pode ter certeza que cuidarei muitíssimo bem de você, meu rei!

Os dois se beijam, felizes.

CENA 11/CASTELO/QUARTO DE ANDRÔMACA E HEITOR/INT./NOITE

Andrômaca estava deitada, ainda dormia, desde a discussão na sala do sacerdote. Helena estava sentada em um banco, ao lado da princesa.

HELENA — Tudo logo vai se resolver, minha amiga.

Andrômaca, lenatamente, começa a acordar.

ANDRÔMACA (CONFUSA) — O que está acontecendo?

HELENA — Muita coisa aconteceu, mas você precisa ficar calma, para que eu lhe conte.

ANDRÔMACA — Odeio mistérios, Helena. Por favor, seja breve.

Helena respira fundo e se aproxima de Andrômaca.

HELENA — Promete manter a calma?

ANDRÔMACA — Juro pelos deuses que a manterei!

HELENA — Creusa confessou que foi a responsável pela sua infertilidade.

Andrômaca se assusta.

ANDRÔMACA — Explique melhor tudo isso!

HELENA — Explicarei…

Helena começa a revelar a Andrômaca tudo o que havia acontecido naquela tarde.

Micenas

CENA 12/CASTELO/CORREDOR/INT./NOITE

Egisto andava apressado pelo corredor, nervoso pela chegada de Leda.

EGISTO (P/ SI – FURIOSO) — Onde estão Orestes e Electra, aquela velha maldita não vai descansar até ver os amados netos!

Ele continua andando até esbarrar em Electra.

EGISTO — Finalmente lhe encontrei, onde está seu irmão, sua maldita!

Electra ri.

ELECTRA — Ele está em um lugar bem mais seguro, vocês não poderão mais matá-lo como desejavam.

Egisto a segura pelo braço.

EGISTO (FURIOSO) — Não me desafie!

ELECTRA — Um ponto a menos para você, seu trouxa!

Furioso, o atualk rei de Micenas dá um tapa no rosto de Electra.

EGISTO (FURIOSO) — Não me desafie!

ELECTRA — Você vai pagar caro por tudo isso!

Egisto a segura pelo braço.

EGISTO — Agora você vai conhecer o gostinho das prisões reais.

Ele começa a levá-la em direção as prisões, localizadas na parte mais funda do castelo.

CENA 13/CASTELO/QUARTO DE CLITEMNESTRA E EGISTO/INT./NOITE

Clitemnestra estava sentada em um banco, de frente para o grande espelho de ouro polido, enquanto algumas servas penteavam seu cabelo e retiravam sua jóias.

CLITEMNESTRA (GRITANDO) — Rápido idiotas, eu quero dormir!

Neste instante a porta do quarto se abre, entrando Leda.

LEDA — Saiam todas, menos você, Clitemnestra.

As servas começam a sair, a rainha de Micenas então se levanta.

CLITEMNESTRA — No que posso ser útil, minha mãe?

LEDA — Onde estão Electra e Orestes, ou melhor, onde está Clitemnestra!

Clitemnestra ri.

CLITEMNESTRA — A senhora sabe que Egisto está procurando pelos meus filhos, mas eu, eu estou aqui.

LEDA — Você não é a minha filha, é um monstro que tomou o lugar dela.

CLITEMNESTRA — Mamãe, não exagere!

LEDA — Não estou exagerando, apenas você não é capaz de ver no que se transformou. Ninguém tem culpa da morte de Ifigênia!

CLITEMNESTRA (GRITANDO) — Fique quieta! Voc~e não tem o direito de citar o nome de minha filha, minha única filha, que agora está morta!

Leda se assusta com o comportamento da filha.

CLITEMNESTRA (CHORANDO) — O próprio pai teve coragem de matá-la, tudo isso por um guerra de caprichos. Helena foi uma vagabunda e Menelau um idiota, mas Agamenon passou de todos os limites, ele matou minha primogênita para atendar aos pedidos de uma deusa.

LEDA (GRITANDO) — Pare! Ele não tinha outra escolha e também está sofrendo por ter feito aquilo.

CLITEMNESTRA (CHORANDO) — Você não sabe o que é sofrer!

LEDA — Você ainda não percebeu que se continuar assim, perderá os filhos que ainda lhe restam. Você está usando Electra como escrava!

CLITEMNESTRA — Minha única filha está morta, os outros dois são simples vermes que saíram de mim!

Leda começa a ficar tonta e se apoia em uma pequena mesa.

LEDA (COM DIFICULDADE) — Pare… ninguém mais… merece… sofrer.

CLITEMNESTRA (GRITANDO) — Me deixe em paz! Meu reino, minhas regras! Você aqui não passa de uma velha fraca e inútil. Está louca e não sabe o que faz!

Leda começa a respirar com dificuldade.

LEDA (COM DIFICULDADE) — Ainda dá tempo de parar…

CLITEMNESTRA (GIRTANDO) — Eu não vou parar!

Leda coloca uma das mãos sobre o peito, em seguida cai.

LEDA (COM DIFICULDADE) — Me ajude… meu coração… não respiro…

Uma lágrima escorre pelo rosto de Clitemnestra, que imediatamente a limpa.

CLITEMNESTRA — Não me dirija a palavra.

Clitemnestra se volta para o espelho e começa a pentear o cabelo, enquanto a mãe agonizava no chão, até parar de se mexer. Leda estava morta!

Esquiro

CENA 14/CASTELO/JARDIM/EXT./DIA

Deidamia estava sentada ao lado de um pequeno poço que havia no meio do jardim, jogando pétalas de flores lá dentro. Licomedes vai até ela.

LICOMEDES — O que deixa minha filha tão triste?

Deidamia sorri.

DEIDAMIA — Já fazem três anos que espero pelo fim da guerra e pela volta de Aquiles. Ele nem mesmo viu o próprio filho nascer.

Licomedes sorri e abraça a filha.

LICOMEDES — Logo tudo se acertará, tenho certeza!

Eles continuam abraçados.

Passagem de Tempo

Alguns Anos

Troia

CENA 15/CASTELO/TEMPLO/INT./DIA

Criseis estava de pé diante das estátuas de vários deuses diferentes.

CRISEIS — Eu os reuni diante de mim para pedir para que todos abençoem o exército troiano.

O sacerdote se ajoelha.

CRISEIS — A guerra já dura dez anos, está na hora de tudo isso acabar.

Ele respira fundo.

CRISEIS — Abençoem nossos exércitos e muralha. Os tornem invencíveis contra os aqueus! E também não se esqueçam de minha filha Briseida, a protejam dos inimigos já que ela vive em uma aldeia fora do castelo.

CENA 16/CASTELO/QUARTO DE CREUSA E ENEIAS/INT./DIA

Creusa estava de pé diante do espelho, observando sua prórpia imagem. Ela chorava silenciosamente.

CREUSA (CHORANDO) — Meus pais não podiam ter feito o que fizeram, eu não merecia me tornar estéril!

Ela passa a mão pela barriga.

CREUSA (CHORANDO) — Queria tanto ter mais filhos além de Ascânio.

Creusa continua chorando.

CREUSA (CHORANDO) — Foi tudo culpa de Andrômaca, ela me pagará!

Creusa pega um vaso e o atira contra a parede, furiosa. Depois se joga no chão e continua chorando.

CENA 17/CASTELO/ENFERMARIA/INT./DIA

Cassandra arrumava alguns frascos de remédio em seus devidos lugares, quando Andrômaca entra, com a parte da baixo da túnica molhada e as mãos sobre a barriga, uma expressão de felicidade tomava conta dela.

CASSANDRA (ALEGRE) — Chegou a hora?

ANDRÔMACA (ALEGRE) — Sim, finalmente serei mãe.

Cassandra ajuda Andrômaca a chegar até uma cama, onde realizariam o parto do bebê.

ANDRÔMACA — Dói muito.

CASSANDRA — É uma dor boa, é a única dor que traz a vida com ela.

Andrômaca sorri e então o parto é iniciado.

CASSANDRA (CALMA) — Inspire e sopre, inspire e sopre, inspire e sopre.

Andrômaca, mesmo com dificuldades, segue as intruções da cunhada.

CASSANDRA — Está quase lá, só falta um pouco, tenha fé!

Andrômaca continua, até ouvir o choro de uma criança.

ANDRÔMACA (FRACA) — Consegui?

Cassandra sorrindo, mostra o bebê para Andrômaca.

CASSANDRA (FELIZ) — Sim, você agora é mãe de um menino muito forte.

Cassandra entrega o bebê para a mãe, que sorrindo, o segura nos braços, se sujando de sangue.

ANDRÔMACA (FRACA) — Obrigada meus deuses, muito obrigada.

Andrômaca beija o filho, enquanto Cassandra chora emocionada.

CENA 18/CASTELO/SALA DO TRONO/INT./DIA

Hécuba estava sentada em seu trono, Helena de pé ao lado da sogra.

HÉCUBA — Não sabe como me alegra esperar pelo meu filho mais novo.

HELENA — Também estou muito feliz.

HÉCUBA — Pelo menos Príamo já está de volta. Está doente, mas está ao meu lado.

Helena sorri, então a grande porta se abre e Páris e Eneias entram felizes.

HÉCUBA — Finalmente chegaram para passar uma temporada conosco.

ENEIAS — Uma pequena temporada, minha tia.

Páris abraça Helena e a beija.

HELENA — Estava com tantas saudades.

PÁRIS — Eu também.

HÉCUBA — Não vai abraçar sua mãe?

Páris sorri e abraça a rainha.

CENA 19/CAMPO DE BATALHA/ACAMPAMENTO AQUEU/INT./DIA

Agamenon chega, acompnhado de Auiles, alguns solodados e novos escravos, entre eles Criseida, filha do sacerdote Criseis e Briseida, sua amiga.

AGAMENON — Mais uma aldeia acaba de ser invadida.

Menelau vai até o irmão e sorri.

MENELAU — E vejo que trouxe vários escravos.

Agamenon sorri.

AQUILES — Também conseguimos comida e roupas, meu rei.

MENELAU — Ótimo.

Os escravos param de andar e Agamenon começa a passar entre eles.

AGAMENON — Acho que eu e Aquiles merecemos, como chefes da invasão, algum prêmio.

Ele então para diante de Briseida e Criseida, puxando a última para perto dele.

AGAMENON — Nunca vi mulher mais linda, nem mesmoClitemnestra chega aos seus pés!

Aquiles vai até ele.

AQUILES — Realmente é bela.

AGAMENON — Como se chama?

CRISEIDA (COM MEDO) — Criseida, senhor.

Agamenon então a beija e em seguida se volta para Aquiles.

AGAMENON — Escolha a que quiser!

Aquiles olha rapidamente para Briseida.

AQUILES — Quero ela.

AGAMENON — Ótimo, pode pegá-la.

Aquiles se aproxima de Briseida e a segura.

AQUILES (COCHICHANDO) — Não lhe quero para fins sexuais, apenas como companhia.

Briseida sorri. Agamenon e Criseida e Aquiles e Briseida vão cada um para sua tenda, enquanto os demais escravos são levados para uma outra área.

CENA 20/CASTELO/QUARTO REAL/INT./DIA

Hécuba estava sentada em sua cama, ao lado de Príamo, que estava deitado.

PRÍAMO — Não tenho paciência suficiente para ficar dentro deste quarto!

Hécuba sorri e passa a mão pelo rosto do marido.

HÉCUBA — A idade chega para todos e com ela, as dificuldades.

A porta do quarto se abre e Cassandra entra, sorrindo.

HÉCUBA — Cassandra, o que a traz assim, nem ao menos foi anunciada!

CASSANDRA — Algo maravilhoso acaba de acontecer! O filho de Andrômaca e Heitor acaba de nascer, eu mesma realizei o parto.

Hécuba e Príamo comemoram com um beijo e um abraço.

HÉCUBA — Hoje o dia está maravilhoso, primeiro a volta de Páris e Eneias, mesmo que eles fiquem aqui por apenas algum tempo e agora isso, o nascimento de um neto, um dos herdeiros do trono.

PRÍAMO —É um sinal que estamos sendo abençoados pelos deuses, Hécuba.

CASSANDRA — O senhor tem razão, meu pai

Esparta

CENA 21/CASTELO/JARDIM/INT./DIA

Penélope, Icário e Hermíone, atual regente do trono espartano, conversavam sentados sob uma tenda no jardim.

PENÉLOPE — Quanta coisa mudou, não é mesmo?

HERMÍONE — Tem razão, o castelo está tão triste. Antes era tão movimentado.

ICÁRIO — Leda dava vida ao castelo.

Hermíone limpa uma lágrima que escorria.

HERMÍONE — Clitemnestra passou de todos os limites, matou a própria mãe!

PENÉLOPE — Ela está louca! Agora eu, meu pai e meu filho não podemos sair daqui.

ICÁRIO — É o certo, Esparta, mesmo em tempos de guerra, ainda é mais segura de Ítaca e não sabemos o que Clitemnestra pode querer conosco.

HERMÍONE — Exato. Se o exército não estivesse tão reduzido, eu já teria declarado ataque a Micenas e acabado com Clitemnestra e Egisto.

ICÁRIO — Só poderemos fazer algo com o fim da guerra contra Troia, temos o básico de homens para a segurança do castelo.

HERMÍONE — Eu sei, mas ela vai pagar, vai pagar muito caro por tudo que fez!

Troia

CENA 22/CASTELO/QUARTO DE CREUSA E ENEIAS/INT./NOITE

Eneias entra, sorridente, e vai até Creusa que estava deitada na cama do casal.

ENEIAS — Você não faz ideia da maravilha que aconteceu hoje, aqui no castelo.

CREUSA (SECA) — Me poupe, não quero conversar Eneias.

ENEIAS — Vou dizer assim mesmo, quem sabe você não se anima? Nasceu o filho de Heitor e Andrômaca.

Creusa se levanta furiosa da cama.

CREUSA (GRITANDO) — Sai daqui! Saia agora! Me deixe em paz!

Eneias se assusta, mas segue as ordens da esposa, saindo do quarto.

CREUSA (P/ SI – CHORANDO) — Não pode ser, tudo que fiz foi em vão, não posso acreditar que fiquei estéril por nada!

Creusa começa a destruir o quarto, rasgando lençóis, quebrando vasos de flores, jogando sua jóias no chão.

CREUSA (GRITANDO) — Não!!!

CENA 23/ZONA DE BATALHA/TENDA DE AQUILES/INT./NOITE

O local era completamente iluminado por velas, Aquiles e Pátroclo conversavam, sentados no chão.

AQUILES — Sinto tantas saudades de casa, de meus pais, de Deidamia.

Pátroclo observava Aquiles, quieto.

AQUILES — Daria tudo para esta guerra acabar.

PÁTROCLO — Eu também estou triste, só não estou pior por você estar aqui comigo.

AQUILES — Eu não o deixaria em Ftia, enquanto tudo isto acontece.

Pátroclo sorri. Briseida chega com uma bandeja.

BRISEIDA — Aqui um suco, não deve estar muito bom, mas com o pouco de alimentos que temos é o máximo que consegui fazer.

AQUILES — Não se preocupe, Briseida. Tenho certeza que estará delicioso.

Briseida sorri e os serve.

CENA 24/CASTELO/CORREDOR/INT./NOITE

Dois soldados passavam pelo corredor.

SOLDADO 1 — O exército aqueu não está de brincadeira, hoje trouxeram mais escravos.

SOLDADO 2 — Me disseram que Criseida, filha do sacerdote Criseis está entre esses escravos.

Criseis que entrava no corredor, escuta tudo.

CRISEIS (ASSUSTADO) — Minha filha? Escrava dos espartanos?

A câmera foca em Criseis, assustado.

35 thoughts on “Troia (2ª Temporada) – Episódio 05

    • Sim, a morte de Leda marcou uma importante passagem na trama, o ápice da crueldade de Clitemnestra.
      Creusa mereceu, não é mesmo?
      Andrômaca teve finalmente um momento de alegria.

      Obrigado!

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  1. Hoje o episódio foi voltado ao castigo e a farsa de Creusa chegando ao fim, hahaha… Ótimo! 😌 Ela tentou enrolar Cassandra, porém, a mesma conseguiu acabar com essas tramóias que ela produzia contra Andrômaca. Quando li Criseis dizer que Andrômaca poderia ficar estéril, fui tomado pela tristeza, confesso. Mas no final quando li que seu desejo de se tornar mãe foi se concretizado e que Creuza tinha ficado estéril, me felicitei muito. ❤ A cena do parto foi divina, adorei. ❤ Leda morreu? Sério isso Felipe? Gente… :/ Ainda foi de um jeito bastante triste e o impressionante é que diante disso, Clitemnestra, foi bastante rígida, fria. Nossa! Ela esta mudada mesmo e é capaz de matar os seus filhos que ainda lhe restam por ordem de Egisto. 😮 Essa personalidade nova dela vai trazer muuuitas coisas tensas daqui pra frente. A filha do sacerdote Criseis se tornou escrava? Como ele vai reagir e o que irá fazer diante disso? 😮

    Parabéns, Felipe! 😀 Episódio bem movimentado e bem maravilhoso. Ansioso pelo próximo.

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    • Sim, como o nome do episódio já mostrava, este e o episódio anterior seriam focados nas vilãs, Creusa e Clitemnestra.
      Cassandra conseguiu acabar com todas as mentiras da irmã. Andrômaca merecia ser mãe depois de todo o sofrimento passado. Fico feliz que tenha gostado do parto, nunca havia escrito uma cena de parto antes e parece ter dado certo.

      Clitemnestra se transformou em uma pedra, rígida e fria, como você mesmo disse e as loucuras dela só pioram com o tempo.
      Posso garantir que no próximo episódio veremos mais “magia”, por conta do sequestro da filha do sacerdote.

      Obrigado, Fred e te aguardo semana que vem!

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  2. Não entendi nada. Creusa estava envenenando Andrômaca por anos e Críseis afirmou que ela ficaria permanentemente estéril. E agora, com a passagem de tempo, o que vimos foi totalmente o oposto: Andrômaca entrando em trabalho de parto e Creusa lamentando sua esterilidade. O que aconteceu, o que Críseis fez? O desmascaramento e punição de Creusa, prometido por Hécuba, não foi cumprido em cena.

    Falando em Críseis, fomos apresentados ao agravamento da guerra de Troia. As filhas do sacerdote aparentemente foram raptadas e oferecidas como escravas ao exército espartano, mais especificamente de Agamenon e Aquiles. Se Críseis for justo, ele teria pelo menos um pingo de misericórdia pelo Aquiles, que não está abusando da Briseida.

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    • Talvez eu não tenha explicado bem, mas vamos lá:
      Creusa recebeu como punição para os envenenamentos o seu próprio envenenamento, utilizaram uma espécie de poção que a deixava estéril permanentemente. Já Andrômaca conseguiu se curar.
      Sobre o desmascaramento, resolvi não colocá-lo, estava com medo do episódio virar a verdadeira Ilíada, por conta do tamanho.

      Na verdade, é neste ponto que começa a Ilíada, na qual Troia é inspirada, ela começa com a chegada de Criseida e Briseida como escravas e uma correção, apenas Criseida é filha do sacerdote, a outra é apenas uma colega dela, mas isso ficará mais específico nos próximos episódios.

      Obrigado pela participação, Glay!

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      • Agora que vi que havia escrito errado, naquela cena ele deveria ter citado Criseida. Morto com minha falta de atenção!

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