Viagem do Tempo – 26ª Edição

Viagem da Biscate do Tempo – 26ª Edição

Por Fábio Lima e Jean Ventura

viagemnotempo

Oi gostosas, hoje a edição será um tanto especial. Iremos relembrar o ícone Celebridade. Um novelão clássico da diva Gyba (off época rivotril) que chegou a registrar até 69 de pico no último capítulo. Vamos lá:

Celebridade

SINOPSE

Em 1988, a beleza da jovem Maria Clara Diniz inspirou seu namorado, o compositor Wagner Lopes, a compor uma canção para ela, “Musa do Verão”, que veio a ser um grande sucesso, estourando no país e no mundo inteiro, com o título internacional de “Summer Spell”. Maria Clara, a musa inspiradora, tornou-se a modelo exlusiva da marca “Summer Spell”, negociada com o sucesso da música. Com sua imagem espalhada em outdoors, comerciais de TV e anúncios de revista, de uma hora para outra sua figura se tornou conhecidíssima.

No dia do casamento de Wagner e Maria Clara acontece uma tragédia. Ubaldo Quintela, um conhecido boêmio carioca, invade a cerimônia disposto a exigir que Wagner Lopes confessasse publicamente que havia lhe roubado a canção. Tresloucado, afirmava que a música que transformara Maria Clara em celebridade era de sua autoria. Ubaldo ameaça Wagner com uma arma e, fora de si, acaba atirando, matando o compositor.

O desfecho trágico do noivado de Maria Clara, ao invés de encerrar sua carreira, marcou o início de uma trajetória de sucesso, meteórica, não como modelo, mas como empresária. Resolveu apostar na sua sensibilidade em identificar talentos, especialmente os da área musical, e passou a agenciar estrelas e a produzir shows. Em pouco tempo já era uma empresária respeitada sem, entretanto, abandonar os dividendos que o licenciamento dos produtos Summer Spell lhe trazia.

O maior patrocinador dos shows que Maria Clara produz é o empresário Lineu Vasconcelos, com quem ela mantem uma relação fraternal, quase de filha para pai. Lineu é dono do Grupo Vasconcelos, um império de comunicação com inúmeras empresas, jornais, revistas, emissoras de rádio e TV. Uma das revistas de maior tiragem do grupo é a Fama, dirigida por um homem com talentos de sobra e escrúpulos de menos, Renato Mendes, sobrinho de Lineu, que vive batendo de frente com Maria Clara.

Lineu está apreensivo, pois sua única filha, Beatriz, está de volta ao Brasil com o marido, o premiado cineasta Fernando Amorim, seu desafeto. Esse retorno mexe em feridas do passado e vai desestabilizar ainda mais esse casamento, calcado numa relação estável demais para Fernando, e numa paixão doentia para Beatriz. E nada mais poderá segurar essa relação quando Maria Clara e Fernando se conhecerem – para desespero da mulher dele, uma mulher mimada e insegura que vê em seu marido sua única razão para viver. Beatriz lutará com todas suas armas para impedir o amor que nasce entre Fernando e Maria Clara.

Mas ela não será o único obstáculo na vida de Maria Clara Diniz. Sua imagem pública suscita os sentimentos mais variados. Alguns desenvolvem paixões irrefreáveis com as celebridades, com seus ídolos; outros mantém uma relação patológica com elas. Maria Clara é um paradigma, um mito para Laura Prudente da Costa, que surge do nada disposta a se espelhar na empresária. Quer ser como ela, mas não seguindo a risca seus passos. Para atingir seu objetivo, está disposta a trilhar caminhos mais escusos e menos sacrificantes.

Com a cumplicidade de seu comparsa, Marcos, Laura traça um plano maquiavélico para se aproximar da empresária e obtém sucesso na empreitada. Usando de falsidade e perfídia, passa a conviver na intimidade de Maria Clara. Aos poucos Laura vai armando mil intrigas, se apoderando de segredos importantes. Usando de frieza associada ao seu talento nato para o crime, Laura vai traçando seu plano de derrubar Maria Clara e tomar seu lugar no show business.

CU… RIOSIDADES

  • Um grande destaque para Cláudia Abreu e Fábio Assunção, que brilharam como os vilões Laura e Renato numa acirrada disputa pelo poder.
  • Acusada de fazer apologia ao mau-caratismo, Celebridade teve uma vasta galeria de vilões, alguns com destaque para seus intérpretes. Como Ana Beatriz Nogueira, que deu à sua Ana Paula um tom de comédia. O mesmo para a Darlene de Deborah Secco, capaz de fazer qualquer coisa para realizar seu sonho de ser famosa. Ainda a presença de Márcio Garcia como o “michê” Marcos, comparsa nas armações da “cachorra” Laura.
  • Em Celebridade também brilharam Deborah Evelyn, como Beatriz, e Isabela Garcia, como a sacoleira Eliete, que caiu no gosto popular.
  • Considerando a vilã Laura (Cláudia Abreu), a ideia da falsa fã que quer destruir a mocinha famosa lembra um clássico do cinema: A Malvada (All About Eve, de Joseph L. Mankiewicz, de 1950), em que a personagem de Anne Baxter conspira o tempo todo contra seu ídolo, uma atriz vivida por Bette Davis. O filme ganhou o Óscar e a atuação de Baxter virou referência de vilã.
  • O capítulo de estreia foi pontuado com participações especiais de celebridades da vida real, como o escritor Zuenir Ventura, o cantor Ed Motta, o carnavalesco Joãosinho Trinta e a socialite Narcisa Tamborindeguy, além do show da banda inglesa Simply Red.
    Ainda citações verossímeis, como o caso da atriz Lilian Ramos, que apareceu sem calcinha ao lado do presidente da República Itamar Franco no carnaval de 1994, e o da fogueteira do Maracanã (durante eliminatórias para a Copa do Mundo de 1990).
  • Ainda, ao longo da trama, várias celebridades do mundo da música deram “uma palhinha” na novela, como Roberto Carlos, Lulu Santos, Rita Lee, Gilberto Gil, Julio Iglesias, Alanis Morissette, Zeca Pagodinho, Dudu Nobre, e outros.
  • Em Celebridade, Gilberto Braga não se permitiu arriscar. “Estou atirando para todos os lados”, admitiu em uma entrevista. O fato de atirar para todos os lados, talvez em busca de um bom Ibope, acabou proporcionando ao espectador uma antologia de sua obra, um apanhado de tudo que o autor já fez. Celebridade trouxe referências a personagens e situações de suas novelas anteriores.
    Duas irmãs antagonistas – Maria Clara (Malu Mader) e Ana Paula (Ana Beatriz Nogueira) – como em Dancin’ Days (1978) – Júlia (Sonia Braga) e Yolanda (Joana Fomm).
    Os vilões Laura (Claudia Abreu) e Marcos (Márcio Garcia) eram uma reedição de Maria de Fátima (Glória Pires) e César Ribeiro (Carlos Alberto Riccelli), de Vale Tudo (1988).
    Beatriz (Deborah Evelyn), uma referência a Odete Roitman (Beatriz Segall), de Vale Tudo.
    O gancho “quem matou Odete Roitman?”, repaginado de “quem matou Miguel Fragonard?”, de Água Viva (1980), foi reformulado mais uma vez como “quem matou Lineu Vasconcelos?” (personagem de Hugo Carvana).
    E não foi difícil encontrar Janete (Lucélia Santos), de Água Viva – que vivia em crise com os pais), que eram sustentados pela tia – na Sandra (Juliana Knust), filha de Ana Paula e Nelito (Ana Beatriz Nogueira e Taumaturgo Ferreira), que vivia em conflito com os pais por eles serem sustentados pela tia, Maria Clara.
    Também de Água Viva: Maria Clara dá uma surra em Laura no banheiro de uma casa de shows, tal qual Ligia (Betty Faria) fizera com Selma (Tamara Taxman) naquela novela.
  • O Ministério da Justiça considerou que a novela era inadequada para menores de 14 anos por conter cenas de “violência, insinuação de sexo e nudez”. Para manter a história no ar, a Globo exibiu a trama sempre depois das 21 horas. Isso tudo apesar de Gilberto Braga ter atenuado o uso de palavrões e das cenas de nudez, como o topless das atrizes Deborah Secco e Juliana Paes na primeira semana da novela.
  • Ficção e realidade se misturam com o lançamento, em outubro de 2003, da revista “Fama”, pela Editora Globo. O título era o mesmo da publicação que o personagem Renato Mendes (Fábio Assunção), editava em Celebridade. Na vida real, a publicação era um encarte da revista “Quem Acontece”. “Fama” foi mais um instrumento de divulgação da novela. Nela, o mundo ficcional era tratado como real. A revista mostrava as tendências de moda, estilo e comportamento dos personagens. Reportagens de culinária, turismo e decoração também foram direcionadas de acordo com a trama do folhetim e o perfil de cada personagem.
  • Celebridade bateu o recorde de merchandisings em novelas da Globo até então, alcançado por sua antecessora, Mulheres Apaixonadas. Entre as marcas que firmaram parcerias com a trama e que apareceram muitas vezes na boca e nas mãos dos personagem estavam: Itaú, Intelig, Samsung, Gatorade, Wella e Natura.
  • O ator Henri Castelli, que protagonizou a fase 2002 de Malhação, e que deveria permanecer na fase 2003, teve de sair para entrar em Celebridade que viria a estrear alguns meses depois do início da fase 2003. Mas o projeto da novela acabou sendo protelado. Antes de ser escalado para viver Hugo, um novo envolvimento de Maria Clara (Malu Mader), Henri tinha ganho o papel de Paulo César, o que acabou depois ficando para Paulo Vilhena.
  • André Marques e o Video Show foram apresentados dentro da novela, quando Jaqueline Joy (Juliana Paes) tentava uma vaga de repórter no programa vespertino.
  • O prefeito de Bonito, Geraldo Alves Marques confirmou a ida de Maria Clara Diniz, ou melhor Malu Mader, à cidade, a 247 quilômetros de Campo Grande. A vinda da equipe da Globo a Bonito tentou corrigir uma “gafe” exibida no dia 10/01/2004 durante a novela. No capítulo, a personagem Maria Clara, errou a localização da cidade, ao falar que tinha vontade de viajar para a cidade, afirmando que ela se localiza em Mato Grosso. O fato fez a Fundação Estadual de Turismo enviar ofício à Rede Globo pedindo a correção do erro. O erro foi corrigido no capítulo do dia 23/01/2004, onde respondeu que a viagem do personagem Hugo estava planejando a Bonito estava para acontecer. “Ah, Bonito, no Mato Grosso do Sul!”, comentou Maria Clara.
  • O capítulo 169, exibido em 26/04/2004, em que Maria Clara (Malu Mader) esbofeteia Laura (Cláudia Abreu), foi o de maior audiência da trama, superado apenas no último capítulo (25/06/2004), em que se revela o assassino de Lineu (Hugo Carvana). A cena em que Maria Clara se vingava de Laura e que os espectadores tanto esperaram registrou picos de audiência de 63 pontos para a novela, com média de 57.
  • A música Musa do Verão, o pivô da trama de Gilberto Braga, foi composta por Ubaldo Quintela (Gracindo Júnior) na ficção. Na realidade, a canção foi feita por Sérgio Saraceni, diretor musical de Celebridade, Danilo Caymmi e Dalmo Medeiros, do MPB4. Com duas gravações realizadas – uma por Gracindo Júnior, na pele de personagem-autor, e outra por Danilo Caymmi, que jamais foi executada publicamente – a única vez que Musa do Verão teve um trecho exibido na novela foi no capítulo em que Darlene (Deborah Secco) leva Laura até a casa de uma tia para pegar a fita com a gravação da música, com a qual Ubaldo havia feito inscrição no festival de MPB em que a canção sagrou-se vencedora. Apesar do lançamento da trilha da novela (nacional, internacional e Celebridade Samba), a música não foi incluída no repertório de nenhum dos três CDs.
  • O tema de abertura de Celebridade, Love´s Theme, já havia sido tema de abertura de uma novela trinta anos antes: As Divinas… e Maravilhosas, da Tupi, em 1973.
  • Na madrugada do dia 29/01/2004, faleceu, no Rio de Janeiro, Leonor Bassères, colaboradora de Gilberto Braga em Celebridade, vítima de câncer. Ela foi parceira constante de Gilberto em suas novelas e minisséries desde o início dos anos 80. Com a morte de Leonor, o autor Ricardo Linhares foi convidado pelo próprio Gilberto a contribuir nos rumos de sua história.

AUDIÊNCIA:

13/10 a 18/10/2003 50 46 44 47 46 38 = 45
20/10 a 25/10/2003 46 44 41 44 42 36 = 42
27/10 a 01/11/2003 48 45 42 46 43 38 = 44
03/11 a 08/11/2003 47 44 42 45 41 37 = 43
10/11 a 15/11/2003 43 40 41 42 40 36 = 40
17/11 a 22/11/2003 46 43 42 44 43 37 = 42
24/11 a 29/11/2003 48 45 43 45 42 37 = 43
01/12 a 06/12/2003 45 44 43 44 41 37 = 42
08/12 a 13/12/2003 43 42 42 41 41 36 = 41
15/12 a 20/12/2003 45 42 41 43 41 37 = 41
22/12 a 27/12/2003 43 40 30 39 41 36 = 38
29/12 a 03/01/2004 42 37 30 37 40 35 = 37
05/01 a 10/01/2004 48 45 42 45 42 37 = 43
12/01 a 17/01/2004 47 46 43 45 41 38 = 43
19/01 a 24/01/2004 48 45 42 45 42 38 = 43
26/01 a 31/01/2004 50 47 45 47 44 40 = 45
02/02 a 07/02/2004 50 48 44 46 45 40 = 45
09/02 a 14/02/2004 50 49 47 48 45 40 = 46
16/02 a 21/02/2004 50 49 45 50 45 40 = 46
23/02 a 28/02/2004 40 46 45 50 45 43 = 45
01/03 a 06/03/2004 50 45 46 49 44 45 = 46
08/03 a 13/03/2004 47 47 44 47 44 39 = 45
15/03 a 20/03/2004 44 46 40 48 46 45 = 45
22/03 a 27/03/2004 47 49 47 47 47 41 = 46
29/03 a 03/04/2004 52 55 45 50 50 47 = 50
05/04 a 10/04/2004 52 55 44 46 44 42 = 47
12/04 a 17/04/2004 50 52 49 50 48 43 = 49
19/04 a 24/04/2004 54 53 49 52 48 48 = 51
26/04 a 01/05/2004 58 57 52 55 51 49 = 54
03/05 a 08/05/2004 55 53 48 54 50 45 = 51
10/05 a 15/05/2004 52 49 48 52 52 45 = 50
17/05 a 22/05/2004 52 50 50 54 53 46 = 51
24/05 a 29/05/2004 53 50 50 54 52 47 = 51
31/05 a 05/06/2004 53 50 50 52 53 44 = 50
07/06 a 12/06/2004 54 54 50 50 50 47 = 51
14/06 a 19/06/2004 54 55 48 56 54 47 = 52
21/06 a 26/06/2004 57 60 55 64 64 45 = 58

Deu média de 46 pontos. O último capítulo bateu 64.4 de média consolidada, pico de 69 e share de 86%.

OBS: Teve dias que chegaram a dar menos share que a reprise de Anjo Mau.


RECADO DAS MANAS
Sintam os mais diversos prazeres com a edição. E mama.

77 thoughts on “Viagem do Tempo – 26ª Edição

  1. Vi essa novela quando o VS exibiu num compacto em 2012 e me chamou bastante atenção, espero que esse luxo volte ano que vem no VAPVDN
    Celebridade deve ser a novela com o maior número de vilões da Globo
    Parabéns, Fábia e Jean!

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  2. Amooooo!
    Primeira novela das 21h que acompanhei, mas já esqueci de tanta coisa. Morto com a explosão no capítulo da surra, so superado na última samana. Parabéns pela edição de vcs.

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  3. Aaaaaaa que novelão, luxo total, Giba já vinha de um luxo que foi “Força de um Desejo”, e se superou com a épica “Celebridade”, esse folhetim luxuoso tinha uma linguagem bem chula, e cenas ousadíssimas, se fosse exibida hoje em dia, não dúvido os lixosos de plantão iriam reclamar. Aguardando no VIVA, desistí de esperar na péssima “Não Vale A Pena Ver de Novo”.

    Parabéns para as bruxas Fábia e Jeana por abrilhantarem a coluna com esse luxo.

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  4. Parabéns, a novela parece ser interessante. Vi o resumo do vídeo show e amei. Cena de briga das novelas a mais lembrada é de Celebridade. Esse gosto o Agnaldo Silva não teve.
    A cachorra da Laura apanhou bonito no banheiro. Adoro!

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  5. “Teve dias que chegaram a dar menos share que a reprise de Anjo Mau.” Então a novela pode ser considerada um “fracasso”, vamos dizer assim, por conta disso, já que dava menos share do que uma reprise exibida em plena tarde? Parabéns Fábio e Jean! 😉

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  6. Maravilhoso, sempre gostei demais dessa trama, Gilberto Braga realmente escreveu uma das três melhores novelas daquela década, juntamente com ”O Clone” e ”Senhora do Destino” (minha opinião). Nunca mais o Giba fará um clássico desse! (Jean me passa seu emai?)

    Parabéns Jean, edição excepcional ❤

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  7. A melhor novela q vi do Gilberto Braga. Interessante que a anterior dele havia sido Força de Um Desejo que foi um novelaço injustiçado pelos números e aclamado pela crítica. Melhor trabalho do Dênis.
    Parabéns Fábio e Jean! Por trazerem esse novelaço aqui 🙂

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  8. Adoro, eu comecei a ver essa novela já estou no capitulo 10 e estou adorando uma grande novela, pena que nunca será reprisada no VAVDN mas merece voltar no Viva. Parabéns, pessoal. ❤

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