Vida Inteira – Capítulo 25 (Vale a Pena Ler de Novo)

VIDA INTEIRA

escrita por:

GUILHERME SANTOS

CAPÍTULO 24

CENA 01. COLÉGIO VASCONCELOS. EXTERIOR. DIA

Continuação da última cena do capítulo anterior.

Alexia e Amora seguem se encarando. Leve foco no bolso da blusa de frio de Alexia, onde estava o celular já com o gravador de voz ativado. Closes alternados dos olhares das duas.

ALEXIA – Vai, Amora. Assume! Assume quem você é de verdade, e fala pra mim, na minha cara, que você armou aquilo tudo.

AMORA – Eu não tenho que assumir nada pra ninguém, garota, se enxerga.

ALEXIA – Ah, tem sim, é claro que tem. Você não seria tão covarde. A não ser que esteja com medo de mim, não é? Tem medo de que eu faça alguma coisa contra você?

AMORA – Medo de você? Até parece. Eu não tenho medo de nada, quem dirá de uma coisa horrorosa feito você.

ALEXIA – Então seja mulher e assuma que foi você quem planejou minuciosamente aquelas provas todas pra me destruir. Foi tudo uma farsa, não foi?

Suspense. Amora e Alexia seguem se encarando. Fecha em Amora, séria.

AMORA – É… Eu armei tudo sim.

Tensão. Alexia disfarça comemoração interna. Rápido foco no bolso da blusa de frio.

ALEXIA – Eu sabia…. Você realmente consegue me surpreender em todos os sentidos.

AMORA – Foi tão fácil armar aquilo tudo, mineirinha. Você nem imagina.

ALEXIA – Eu imagino sim. Pra começar você usou porcamente o seu dinheiro pra pagar aquele tal segurança, pra fazer ele falar que me viu entrando na sua casa, o que é mentira.

AMORA – Dinheiro compra tudo, coisinha. Você devia saber disso.

ALEXIA – Como você é baixa… Pra que você fez tudo isso?

AMORA – Porque eu não suportava mais ver você se atirando pra cima do Rafael. Você acha o quê? Que eu ia ficar parada, de braços cruzados, vendo você se dar bem em cima do meu namorado?!

ALEXIA – Seu ciúme é doentio, Amora. Cadê a autoconfiança?

AMORA – Eu tenho autoconfiança sim, mas eu não sou idiota, não sou otária. Garanto o que é meu e cuido bem das minhas coisas. Eu é que não ia ver você numa boa, tentando destruir meu relacionamento, sem ter uma reação!

ALEXIA – Eu não estou tentando destruir nada, nem ninguém!

AMORA – Eu inclusive já estou sabendo que você estava aí numa lanchonete com o Rafael esses dias, só vocês dois. E o passeio de bicicleta foi bacana depois?

ALEXIA – (surpresa) O quê? Como é que você sabe disso?

AMORA – Olha aí… Ficou surpresa, não ficou? Te peguei no pulo, sua mosca morta. Eu sou mais esperta do que você pensa.

ALEXIA – Não, você está enganada! A gente não fez nada demais naquele dia! Foi por causa disso que você resolveu armar tudo?

AMORA – Digamos que aquilo só fez eu nutrir ainda mais raiva de você, mas eu faria o que eu fiz de qualquer maneira.

ALEXIA – Quer dizer então que, por puro capricho, você é capaz de fazer a cabeça de todo mundo com provas falsas, provocar a minha suspensão do colégio, me afastar do Rafael…

AMORA – Por mim você nem botava mais os seus pés no Vasconcelos de novo. (T) Não era isso que você queria ouvir? Eu armei sim tudo aquilo, eu bolei todas aquelas provas, pensei em tudo, e deu certo. Você perdeu, sua infeliz! Perdeu!

ALEXIA – Era… Era isso sim que eu queria ouvir. (T) Quem perdeu foi você, Amora. Você vai despencar, e quanto mais alto você achar que está subindo, melhor vai ser o seu tombo.

AMORA – Espera, do que você tá falando?

ALEXIA – Você vai saber na hora certa.

Alexia firme, dá um leve sorriso, triunfante, deixando Amora um pouco perdida.

Alexia se vira de costas e vai embora. Porém, do nada, Renato, de skate, esbarra nela com força e a derruba. Renato pula do skate, quase cai, mas se recupera e já entra no colégio. Alexia no chão, ainda se recuperando. O celular de Alexia no chão, exposto.

Amora, que observava tudo, vê o celular no chão e repara bem: o gravador de voz estava ativado, já há alguns minutos. Close nela, chocada. A ruiva corre até o celular, o pega. Alexia se levanta, recuperada do susto, um pouco dolorida, já sem o capuz. Ela fica boquiaberta ao ver Amora segurando o celular, seriamente, a encarando.

AMORA – Então é pra isso que você queria conversar comigo, sua cadela? Pra me arrancar uma confissão e gravar tudo!

ALEXIA – Me devolve… Devolve o meu celular!

AMORA – Mas só se eu fosse muito burra! Você é uma imbecil mesmo, Alexia! Idiota! Achou que ia me desmascarar assim, rapidamente? Você não tem vitória contra mim!

ALEXIA – Me dá o meu celular agora! (grita) Agora! Ou eu falo pra todo mundo o que você me falou aqui.

AMORA – E todos vão achar que você é uma doida, uma pessoa com um parafuso a menos! Quem é que vai acreditar em você, garota? Se toca! Você não tem provas. Aliás, tinha, mas é tão burra que a sua gravação barata da nossa conversa veio parar nas mãos de quem devia.

Alexia odiosa. Muito rapidamente, Amora simplesmente apaga a gravação. Alexia vai para cima dela, pega o celular ao ver que ela estava mexendo, mas era tarde demais. Amora ri, enquanto encara a outra, que está sem chão.

AMORA – Você é patética… Ridícula!

ALEXIA – Eu vou acabar contigo, vou provar minha inocência! Eu não vou desistir na primeira tentativa!

AMORA – Tenta a sorte novamente, mineirinha. Agora vai, some daqui, sai de perto desse colégio! Você não é bem vinda aqui!

Amora vai indo embora, mas de repente, volta novamente para perto de Alexia, e do nada, lhe dá um tapa na cara, chocando-a.

AMORA – Isso é pra você aprender a não me fazer mais de idiota! Da próxima vez, eu acabo de vez com a tua raça!

Alexia, com o rosto virado, coloca a mão na face atingida, com ódio. Amora vai entrando para o colégio, tranquilamente. Fecha em Alexia, com muita raiva, deixando uma lágrima escapar.

CENA 02. MANSÃO VASCONCELOS. CORREDOR. INTERIOR. DIA

Amora entrando no colégio. Ela vê Milo, parado, e se aproxima dele.

AMORA – O que foi? Estava esperando notícias da sua amiga?

Milo a encara.

AMORA – (ri) Ela bem que tentou gravar uma conversa nossa, mas acabou dando tudo errado. Não foi dessa vez. (tom) Fala pra ela tentar uma coisa mais inteligente da próxima.

Os dois se encaram mais um pouco. Logo, Milo se afasta dela, indo para a saída, e Amora segue seu caminho. Do nada, Beatriz surge ao seu lado.

AMORA – Você não vai acreditar no que acabou de acontecer.

BEATRIZ – Conta.

AMORA – A mineirinha me abordou e ficou me pilhando pra eu confessar que armei tudo, que tudo não passava de um plano. E adivinha: ela estava gravando a conversa.

BEATRIZ – (chocada) Meu Deus, e você assumiu que era culpada? (T) Espera, como você sabe que ela estava gravando?

AMORA – Eu cheguei a assumir a culpa, a gente teve um embate ali fora, cuspi tudo na cara dela. Ela ia sair por cima, Beatriz, chegou a gravar tudo que eu disse, mas aí rolou um pequeno acidente, o Renato praticamente atropelou ela e o celular daquela coisinha caiu no chão. Acabei reparando que ele estava gravando tudo e fui rápida, deu tempo de apagar tudo antes dela recuperar o celular.

BEATRIZ – Eu estou chocada. Se fosse eu, teria caído na dela com certeza. E foi esse tombo do celular que te salvou, Amora. Já pensou se o celular dela não cai? O que seria de você agora?!

AMORA – É… Eu tenho que tomar mais cuidado. A mineirinha já mostrou que está disposta a acabar comigo, mas ela não vai conseguir.

Fecha em Amora, séria.

CENA 03. COLÉGIO VASCONCELOS. EXTERIOR. DIA

Alexia e Milo sentados na beirada da calçada. Ela cabisbaixa, com certa revolta.

ALEXIA – Eu fui muito idiota, Milo… Eu não acredito que deixei uma oportunidade dessas passar! Era a chance que eu tinha de provar a minha inocência e derrubar a máscara da Amora!

MILO – Calma, Alexia, você não teve culpa. Não ia adivinhar que aquele babaca do Renato ia te atropelar.

ALEXIA – Eu devia ter visto ele vindo na minha direção, sei lá, vacilei! Não me conformo! A essa altura já era para o Rafael estar sabendo quem é a namorada dele.

MILO – Se deu tudo errado é porque não era pra ser agora. Confiança! Essa mentira da Amora não vai se sustentar por muito tempo, eu acredito nisso. Um dia ela ainda vai ser desmascarada.

ALEXIA – Um dia… Se ela realmente for. Eu desisto. Parece uma missão impossível provar que essa garota não vale nada. A vontade que eu tenho agora é de invadir esse colégio e acabar com ela, dar uns bons tapas na cara daquela mimada!

MILO – Se você perder a cabeça, você vai piorar muito as coisas. Não pode revidar nesse momento. Você já está suspensa, se partir pra agressão física a sua situação vai de mal a pior.

ALEXIA – Eu sei disso, estou me controlando.

MILO – Agora vem, vamos sair daqui.

Milo se levanta, Alexia a olha.

ALEXIA – Como assim? Você tem é que voltar pro colégio e assistir aula. Eu vou voltar pra casa.

MILO – Eu não vou voltar pro colégio coisa nenhuma. Nós dois vamos ficar juntos, vamos nos distrair.

ALEXIA – Não, Milo… (se levanta) Eu não posso deixar você perder aula por minha causa, quem está suspensa sou eu.

MILO – Até parece que eu vou conseguir ficar confinado naquele colégio sabendo de tudo que aconteceu, nem eu tenho cabeça pra isso. A gente está junto nessa, não está?

Alexia dá um leve sorriso, assim como ele.

MILO – Bora.

Então, eles saem dali, juntos, abraçados.

CENA 04. COLÉGIO VASCONCELOS. CORREDOR. INTERIOR. DIA

Alice e Caio conversando, andando lentamente.

CAIO – Vai fazer alguma coisa hoje depois da aula?

ALICE – Nada. Aliás, se você considera uma revisão pra prova um programinha pra depois da aula…

CAIO – (ri) Nem pensar. Você estuda demais.

ALICE – Pois é, escuto isso todo dia. Mas eu sempre estou achando que preciso melhorar.

CAIO – Você precisa é tirar mais tempo pra você. Ainda essa semana eu vou te levar num lugar maneiro, promessa.

ALICE – Que lugar?

CAIO – Eu ainda vou pensar melhor a respeito. Mas vai ser algo legal, pra sair da rotina.

Os dois se olhando, dão um sorriso. Logo, Matheus chega, sem jeito. Ele e Alice se olham. Caio ao fundo, neutro.

MATHEUS – Alice… Será que eu posso falar com você?

Alice respira fundo, o olha, neutra.

ALICE – Pode.

Matheus leva seu olhar para Caio.

MATHEUS – Em particular.

CAIO – Beleza, já entendi. (P/Alice) Te vejo na sala.

Caio vai saindo. Alice e Matheus seguem se olhando.

MATHEUS – Queria te pedir desculpas pela forma que eu falei com você ontem.

ALICE – Você me magoou muito. Eu não sou só uma menina estranha, Matheus. Não devia ter falado daquele jeito.

MATHEUS – Eu falei muito sem pensar, juro. Quando vi, tinha dito besteira. Eu gosto muito de você, Alice.

ALICE – Então, por favor, não fala mais daquela maneira comigo. Eu francamente não sei o que está acontecendo com a gente. Éramos tão próximos e agora estamos num clima pesado.

MATHEUS – Você sabe o motivo.

ALICE – É, eu sei, mas eu sinto em lhe informar: não vou me afastar do Caio porque você quer. Consegue entender que eu estou gostando de ficar perto dele? Ele me trata bem, diz coisas lindas, quer me ver feliz e bota pra cima sempre.

MATHEUS – E eu não fazia isso sempre?

ALICE – Ainda faz, sabe? Mas você está deixando essa implicância que você tem com o Caio falar mais alto do que a nossa amizade, já eu sempre soube dividir as coisas. Você é meu amigo, um grande amigo, posso contar sempre. O Caio… Ele é um…/

MATHEUS – (corta) Um amor? (T) Eu ainda sinto que esse cara está com alguma intenção com essa aproximação de você, mas não adianta te falar… Você está apaixonada, não é?

Alice não diz nada, desvia o olhar. Matheus fecha o semblante.

MATHEUS – Não precisa responder. O seu olhar já diz tudo.

Os dois se olham mais um pouco. Matheus se afasta. Fecha em Alice, o observando.

CENA 05. RUAS. EXTERIOR. DIA

Imagens aleatórias das ruas da cidade, enquanto o tempo passa.

CENA 06. COLÉGIO VASCONCELOS. EXTERIOR. DIA

Saída geral dos alunos. Amora e Rafael terminam um beijo, encostados no muro do colégio. Rafael com um olhar um tanto quanto triste.

AMORA – Te vejo na sua casa hoje?

RAFAEL – Sim, pode aparecer lá no horário que a gente combinou.

AMORA – Ótimo. (T) Que foi? Tô sentindo você meio pra baixo.

RAFAEL – Ah, nada… Cansado só.

AMORA – Você não está assim por que a mineirinha foi suspensa, está?!

RAFAEL – Não, é claro que não. Se a Alexia foi suspensa é porque fez o que não devia.

AMORA – É isso mesmo. Não quero ver você com essa cara independente do motivo! Parece até que não gosta de ficar comigo.

RAFAEL – É claro que eu gosto. Adoro você, garota. Eu só estava com o pensamento longe.

AMORA – Ah, adora? Então me mostra isso, vai.

Rafael sorri, assim como ela. Então, ele a puxa para si e lhe dá um beijão. Nos dois, se curtindo.

CENA 07. PRAÇA. EXTERIOR. DIA

O tempo passa. Sofia caminhando distraída numa trilha. Roupas confortáveis, cabelo preso e fone de ouvida. Tempo nela.

Ela vai parando aos poucos. Ao estacionar, vira para a direita e encara algo, tirando os fones de ouvido. CAM vira e mostra que é Rafael, sentado na grama, encostado numa árvore, pensativo. Lentamente, Sofia se aproxima e senta ao seu lado. Ele percebe a presença dela.

RAFAEL – Mais uma coincidência?

SOFIA – Juro que sim. Eu já te disse que eu não estou mais procurando confusão, estou em missão de paz. Não quero mais saber de você, tomei vergonha na cara.

RAFAEL – É, parece que você aprendeu mesmo.

Sofia dá uma leve risada, mas logo, demonstra um olhar sério, o olhando. Ele se vira para ela.

SOFIA – Que cara murcha é essa?

RAFAEL – Só estou pensativo.

SOFIA – Pensativo? Em algo específico, acredito.

RAFAEL – Talvez.

SOFIA – Não enrola, conta logo.

RAFAEL – E por que eu contaria alguma coisa pessoal minha pra você?

SOFIA – Porque só tem eu aqui pra te ouvir e estou vendo que você precisa desabafar.

Rafael pensando.

RAFAEL – Tudo bem… Eu vou resumir, mas vou falar porque eu estou com isso entalado. (T) A Amora descobriu que a Alexia, uma garota aí do colégio, jogou um balde de tinta rosa nela na sua festa de aniversário, a humilhou.

Sofia tenta esconder o nervosismo.

SOFIA – (tensa) Ah, é? Tem uma garota sendo acusada?

Tensão. Rafael assente com a cabeça. Fecha em Sofia, muito nervosa.

CENA 08. SHOPPING. PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO. INTERIOR. DIA

Alexia e Milo sentados numa mesa, com taças de sorvete.

MILO – Está gostando?

ALEXIA – Você não existe, Milo. Está salvando o meu dia.

MILO – A gente pode pegar um cinema depois, o que você acha?

ALEXIA – Eu vou ser cara de pau sim e aceitar, estou precisando mesmo me distrair, parar de pensar nos problemas que eu estou vivendo ultimamente.

MILO – É assim que se fala. Pelo menos por hoje, tenta se distrair.

ALEXIA – Só quero que essa suspensão acabe logo pra eu tocar a minha vida numa boa de novo lá no colégio…

MILO – Você desistiu mesmo de provar que a Amora estava mentindo esse tempo todo?

ALEXIA – Sim. Infelizmente, ela tem sempre uma arma a mais contra mim. Não tem jeito, Milo, a Amora vai ganhar sempre, essa é a realidade.

MILO – Eu não concordo muito contigo, mas vou respeitar a sua decisão. Eu ainda acredito que a Amora vai cair um dia, e feio.

ALEXIA – Quanto mais alto se sobe, mais alto o tombo… É, mas acho que não vai ser por minha causa que esse tombo vai chegar não.

Os dois se olhando.

CENA 09. PRAÇA. EXTERIOR. DIA

Abre em Sofia, ainda tensa.

RAFAEL – A Amora apresentou provas e tudo. E eu sempre defendi a Alexia, porque eu estava gostando de ficar perto dela, curtia conversar com aquela garota e logo agora descubro que ela não passou de uma enorme decepção. E eu estou muito mal com toda essa confusão, estou muito pra baixo. Devo ter perdido a noção de tudo mesmo… Até falar contigo eu estou falando.

SOFIA – (ignora/tensa) E essa menina… A tal Alexia… Todos estão achando que foi ela mesmo?

RAFAEL – Até suspensa do colégio ela foi. Eu mesmo cortei relações com ela. Mas… Infelizmente ela está colhendo o que plantou.

Sofia passa as mãos no rosto, nervosa. Rafael estranha.

RAFAEL – Você ficou diferente depois que te contei isso. O que foi?

SOFIA – Não é nada… (T/Pensa) Eu preciso que você me dê o contato dessa tal Alexia, Rafael.

RAFAEL – (surpreso) Como assim?!

SOFIA – (nervosa) É coisa minha… Você vai saber um dia. E aí, pode ou não pode passar o número dela?

Tensão. Rafael confuso. Closes alternados dos dois.

CENA 10. APARTAMENTO DE SOFIA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA

Sofia perambulando pela sala, meio nervosa.

SOFIA – Eu não acredito que tem outra pessoa sendo acusada no meu lugar… Não, isso está errado. Não posso deixar uma pessoa inocente pagando por uma coisa que eu fiz!

Ela para, olha para o nada, decidida. Então, ela pega o seu celular, tecla nele por um tempo. Em seguida, o leva à orelha, tensa com tudo. Tempo.

SOFIA – (ao cel.) Alô? Oi… Não, você não me conhece. Meu nome é Sofia. (T/Respira) Eu sei o que você está passando, e eu sou a chave pra te libertar dessa injustiça.

CENA 11. SHOPPING. PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO. INTERIOR. DIA

Alexia boquiaberta, já desligando o telefone. Ela encara Milo, também surpreso, confuso.

MILO – Que cara é essa, Alexia?! Ai, fala, quem era?

ALEXIA – Eu não sei…

MILO – Não sabe?

ALEXIA – Ela me disse o nome dela, mas eu não a conheço.

MILO – Pelo que eu escutei, você disse pra essa tal pessoa te encontrar aqui no shopping, é isso?

ALEXIA – Sim… (sorri) Milo, ela disse que pode provar a minha inocência, você tem noção disso?!

MILO – (surpreso) O quê?! (T) Alexia… Isso seria maravilhoso! Mas, meu Deus, assim do nada? Você nem conhece ela…

ALEXIA – Eu também estou achando essa história muito estranha. Ela pediu pra conversar pessoalmente comigo, eu disse pra ela me encontrar aqui, na praça de alimentação do shopping.

MILO – Você acha que pode ser algum trote?

ALEXIA – Eu prefiro não pensar assim. Tem que ser verdade! Eu sinto que é alguém querendo me ajudar, alguém que sabe de alguma coisa importante que pode me tirar dessa situação. Vou confirmar isso quando eu conversar com ela pessoalmente.

MILO – Vamos ficar na torcida… Eu estou muito ansioso pra saber quem é essa pessoa.

ALEXIA – E o que ela tem na manga.

Nos dois, se olhando.

CENA 12. COLÉGIO VASCONCELOS. SALA DOS PROFESSORES. INTERIOR. DIA

Sala vazia. Ao fundo, Rodrigo tomando café num copo de plástico. Sandra se aproxima dele, o encara. Os dois frente a frente. Ele se afasta, mas ela o segue.

RODRIGO – Dá pra parar de me perseguir?

SANDRA – Não, não dá.

RODRIGO – Achei que eu tivesse sido claro o suficiente naquela nossa conversa.

SANDRA – E foi. Mas quem disse que eu aceitei fácil o que você me disse? Só se eu não fosse eu.

RODRIGO – Você vai insistir nessa loucura? Já disse, a gente vai se machucar muito nessa história.

SANDRA – Loucura de amor não dói.

RODRIGO – Pra mim, dói sim.

SANDRA – Eu quero conversar contigo melhor, à sós.

RODRIGO – Isso não vai ser possível.

SANDRA – Vai ter que ser.

RODRIGO – Não, eu dispenso. (pega a pasta e vai embora) Eu estou bem com a Daniele, e inclusive estou indo encontrar ela agora.

Sandra vai atrás, se coloca na frente dele.

SANDRA – Antes você vai ter que bater um papo comigo. E aí nós vamos ver se você quer mesmo pular fora do barco.

RODRIGO – Do que você está falando?

SANDRA – Cê vai ficar sabendo na hora da conversa particular.

RODRIGO – Quantas vezes vou ter que te dizer que essa conversa não vai acontecer, Sandra?

SANDRA – Mais do que você imagina, porque eu não vou desistir fácil. Estou te pedindo uma última oportunidade, uma última conversa. Por favor.

Rodrigo pensa, respira fundo. Sandra esperançosa.

RODRIGO – Tudo bem. Mas hoje não, marquei algo com a Daniele e não vou deixar de ir. Amanhã de tarde eu te encontro.

SANDRA – Perfeito.

Rodrigo, enfim, vai embora. Em Sandra, sorrindo.

CENA 13. CASA DE RAFAEL. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA

Campainha toca. Norma aparece e já vai abrindo a porta. É Amora, que entra, sorrindo.

NORMA – Amora! Que surpresa boa!

As duas trocam beijos no rosto.

AMORA – Oi, dona Norma! Eu vim falar com o Rafa.

NORMA – Ah sim, ele me disse mesmo que você viria aqui hoje. Eu preciso sair pra fazer umas compras aqui pra casa e depois vou visitar uma amiga, me desculpa não receber você direito.

AMORA – Imagina, querida,  pode ir à vontade!

NORMA – Ah, você é um amor de pessoa!

AMORA – (sorri) E o Rafa?

NORMA – Ele está lá no quarto, pode ir!

AMORA – Obrigada! Boas compras!

Ela dá um sorriso e vai indo para o quarto. Norma acena e sai dali, fechando a porta.

CENA 14. CASA DE RAFAEL. QUARTO DE RAFAEL. INTERIOR. DIA

Sonoplastia:

I Don’t Wanna Live Forever – ZAYN e Taylor Swift

Amora e Rafael sentados na cama, frente a frente, dando um longo beijo. Logo,  eles se afastam

AMORA – Eu adoro você.

Rafael sorri.

RAFAEL – Você é uma pessoa tão boa pra mim, Amora. Me perdoa por não reconhecer isso sempre, por não retribuir da maneira que você merece.

AMORA – A gente já conversou uma vez sobre isso, meu amor. Você também é incrível pra mim. Eu não sei o que seria de mim se eu te perdesse um dia.

RAFAEL – Você não vai me perder, Amora. Não tem motivos pra isso. Eu prometo que daqui em diante eu vou te fazer uma garota muito feliz.

AMORA – Eu já sou muito feliz, junto contigo. Eu é que vou te fazer o cara mais feliz desse mundo, você vai ver. (firme) Nada nem ninguém vai separar a gente, eu não vou deixar!

Ele se aproxima dela, beijando o seu pescoço. Ela sorri.

RAFAEL – Você é linda, Amora… Você é linda!

AMORA – Rafa…

Ele a olha. Ela decidida, sorri.

AMORA – A sua mãe saiu, vai demorar.

Ela se aproxima de sua orelha e a morde, sussurrando.

AMORA – O que você acha a gente aproveitar essa tarde pra valer?

Rafael sorri, entende o recado. Amora radiante.

RAFAEL – Eu acho uma ótima idéia.

Então, eles se jogam na cama, ocupando todo o espaço, aos beijos. Rafael vai tirando a sua blusa. Amora idem. Rafa começa a beijar a sua nuca, acariciando os seus cabelos, enquanto ela fecha os olhos, delirando, mordendo os lábios. Então, Rafael se levanta rapidamente, tira a calça. Amora faz o mesmo, deitada na cama. Ambos agora apenas de peças íntimas. Então, Rafa caminha até sua cômoda, abre uma das gavetas e retira de lá um kit de preservativos. Ele joga aquilo na cama, Amora já vai tratando de abrir. Logo, Rafael volta para cama e beija Amora. Os dois se deitam, aos carinhos.

CENA 15. SHOPPING. PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO. INTERIOR. DIA

Alexia e Milo sentados no mesmo lugar, na expectativa. De repente, Sofia se aproxima, fica parada diante deles. Alexia percebe, a olha nos olhos, se levantando. Milo faz a mesma coisa. Tempo. Suspense.

Closes alternados de Sofia e Alexia se olhando.

[FADE OUT]

[FADE IN]

CENA 16. RUAS. EXTERIOR. DIA

Sonoplastia:

Divisionary – Ages and Ages

É noite. Praias e pontos turísticos da cidade maravilhosa são mostrados. Pessoas andam pelo calçadão. Tempo. Em seguida, através da visão aérea de uma praia, o foco torna-se o nascer do sol. Mais um dia se inicia. Takes descontínuos das avenidas da cidade. Carros passeiam por ali.

CENA 17. COLÉGIO VASCONCELOS. EXTERIOR. DIA

Sonoplastia ON.

CAM mostra os pés de uma pessoa caminhando lentamente. Essa pessoa para. CAM vai subindo lentamente, até revelar Sofia, com um olhar sério. De repente, Alexia e Milo, ambos uniformizados, se aproximam dela. Os três ficam se olhando. Milo se afasta um pouco. Ficam  Sofia e Alexia, se olhando

ALEXIA – É hoje. Eu vim de uniforme e pronta para voltar ao colégio!

SOFIA – A nossa conversa ontem no shopping foi longa e duradoura. Mais uma vez, eu quero te pedir desculpas por fazer você pagar por uma coisa que não cometeu, Alexia. A culpada sempre foi eu.

ALEXIA – Não precisa se desculpar por nada. Você foi uma pessoa incrível, é graças a você que eu vou recuperar a minha alegria, vou provar que a Amora armou tudo!

SOFIA – Eu confesso que fiquei chocada ao perceber o quanto uma pessoa pode ser tão baixo nível. A Amora foi muito fria, calculista. Quando você me relatou tudo que ela fez você passar no colégio eu não acreditei.

ALEXIA – Mas agora ela vai pagar por tudo. Eu estava totalmente desacreditada em mim mesma, tentei gravar uma conversa com ela, fiz ela confessar tudo, mas deu errado. Você foi a minha salvação, Sofia. Vou ser eternamente grata!

SOFIA – Eu só vou dizer a verdade, nada demais… (T) E Alexia… Quando eu conversei com o Rafael, eu percebi que ele relatava o que tinha acontecido com uma tristeza enorme. Como se ele tivesse se decepcionado não com uma amiga, e sim com uma pessoa que ele gosta pra valer. Em outros tempos eu estaria lutando por ele, mas eu entendi que as coisas não veem quando e na forma que a gente quer. É o destino que manda.

ALEXIA – Falou tudo… (T) Você acha que o Rafael falou de mim com um brilho a mais?

SOFIA – Tenho. E eu também estou percebendo o jeito que você fica quando fala dele…

ALEXIA – Eu confesso, acabei me apaixonando por ele. Mas as circunstâncias são outras.

SOFIA – Se você gosta dele, vai atrás. Cê tem um bom coração, Alexia. É uma garota legal. O Rafael tem que ficar com alguém como você e não com aquela patricinha, porque ele também é um cara gente boa. (T) Livra o Rafael da Amora, e seja feliz com ele.

Alexia absorvendo aquilo, respira fundo.

SOFIA – Agora vamos… Está na hora de colocar tudo em pratos limpos.

As duas se olhando. Milo se aproxima delas.

MILO – Eu vou dar cobertura pra vocês entrarem. Vamos.

Eles se entreolham. Logo, caminham juntos para a entrada do colégio.

Sonoplastia OFF.

CENA 18. COLÉGIO VASCONCELOS. INTERIOR. DIA

Alexia, Sofia e Milo entram no colégio, lado a lado. Logo, Altamir aparece na frente deles, os barrando.

ALTAMIR – Epa, epa… Espera aí. (p/ Alexia) Você foi suspensa, garotinha, me desculpa, mas não vai poder continuar. (p/ Sofia) E você, suponho que nem do colégio seja.

MILO – Mas elas precisam entrar.

ALEXIA – Eu estou aqui justamente pra reverter essa situação, Altamir. Depois de hoje, eu vou sim voltar pra esse colégio, e de cabeça erguida.

SOFIA – A gente precisa resolver um assunto sério, envolvendo a filha do diretor, Amora Vasconcelos.

ALEXIA – Você não pode impedir a nossa entrada! Eu estou aqui pra provar a minha inocência!

Alexia firme. Altamir pensativo. Logo, sem dizer mais nada, ele se afasta, liberando a passagem de todos ali. Alexia dá um leve sorriso para ele e segue seu caminho, acompanhada de Sofia e Milo.

[FADE OUT]

[FADE IN]

Suspense.

Amora, ao lado de Rafael e Beatriz, sentada num banco. Todos conversando em off.

Ela se levanta, junto dos dois. Pouco tempo depois, uma voz é ouvida:

ALEXIA – (grita) Amora…

SLOWMO: Amora vai se virando lentamente. Logo, observa  Alexia a observando. Ao fundo, Sofia e Milo, lado a lado. Amora surpresa com aquilo. Rafael e Beatriz confusos.

Amora e Alexia vão se aproximando uma da outra, em lentos passos. Segundos depois, ficam frente a frente.

AMORA – Você não devia estar aqui.

ALEXIA – Mas estou. E por um bom motivo.

AMORA – Não quero saber… Some daqui agora, ou eu vou agora na sala da direção e alertar o meu pai que você deu as caras aqui mesmo suspensa!

ALEXIA – Ótimo, faça isso, mas faz agora! Quer que eu vá com você?

AMORA – Como você pode ser tão petulante?!

ALEXIA – A petulante, patricinha, mimada e mascarada aqui é você! Mas eu estou aqui pra fazer a sua máscara cair, hoje e agora!

AMORA – Eu não sei do que você está falando. Aliás, vi que você tem companhia, não é? Trouxe aqueles ratos com você por qual motivo, posso saber?

ALEXIA – Não vai nem me perguntar como eu conheci aquela garota ali, a Sofia?

AMORA – Não, não me interessa.

ALEXIA – Interessa sim. Eu sei que você está aí, se doendo de curiosidade, mas fica tranquila, eu não vou fazer você sofrer por muito tempo aguardando pra saber o que nós estamos fazendo aqui.

Rafael e Beatriz se aproximam de Amora, bem como Sofia e Milo de Alexia. Alunos e mais alunos, ao repararem uma confusão se formando, começam a se aglomerar por ali.

RAFAEL – Eu posso saber o que está acontecendo aqui?

ALEXIA – Eu explico, Rafael… (grita) É que agora eu vou provar que a Amora não vale nada!

AMORA – Quem não vale nada é você, Alexia! (ri) Ou já esqueceu que foi suspensa do colégio porque foi provado que você é a culpada daquela humilhação que eu sofri na minha festa?

ALEXIA – Nada foi provado! Foi tudo mentira, uma farsa! Armação sua!

AMORA – Troca o disco, mineirinha, troca o disco! Todos já estão cansados de saber que você joga baixo!

ALEXIA – A única pessoa baixa aqui é você, que foi capaz de montar todo um teatro pra me acusar a troco de nada!

RAFAEL – Eu não estou entendendo… O que é que a Sofia tem haver com isso?

SOFIA – Ontem nós conversamos, Rafael… Você me relatou tudo o que estava acontecendo, disse que a Amora havia, supostamente, descoberto que a Alexia era a culpada do que aconteceu na festa e que conseguiu provar isso pro colégio todo. Lembra?

RAFAEL – Sim, me lembro… Eu estava mal com isso tudo e você veio falar comigo. Inclusive, pediu o número da Alexia, eu passei, sem entender absolutamente nada.

SOFIA – Mas tudo vai se encaixar agora.

Amora tensa, sabe o que está prestes a acontecer. Ela engole seco, super nervosa, se vira para Rafael, afobada.

AMORA – Rafael, você não tem que escutar nenhuma das duas! As duas não prestam, você sabe, é uma pior que a outra. A Sofia já te enganou antes e a Alexia te enganou recentemente, não lembra disso?

RAFAEL – Calma, Amora… Eu quero ouvir o que elas têm pra dizer, quero entender tudo isso.

AMORA – Eu é que não vou ficar aqui ouvindo esses desaforos!

Amora vai sair, mas Alexia vai até ela, a puxa pelo braço e a segura fortemente, com truculência, dentes cerrados.

ALEXIA – (grita) Você não vai embora, não!!! Não vai!!! Vai ficar e ouvir tudo o que a gente tem pra dizer! Sua cobra!

Amora cada vez mais tensa, sem saída. Alexia a solta.

ALEXIA – (P/Sofia) Vai… Conta pra todo mundo tudo o que você me contou!

Sofia se prepara. Todos os alunos olhando, atentos, entre eles,  os nossos personagens.

SOFIA – A Alexia é inocente. Não foi ela quem jogou aquele balde de tinta em mel em cima da Amora. (T) Quem fez aquilo foi eu.

Tensão. Reação de todos ali, muito chocados. Amora sem reação, encara Sofia e Alexia.

SOFIA – Foi tudo uma armação. Eu posso provar que fui eu quem invadiu aquela mansão, quis sim fazer aquilo com a Amora pra me vingar dela.

ALEXIA – O brinco que a Amora afirmou com todas as letras que era meu, na verdade é da Sofia!

SOFIA – Sim. Eu dei falta daquele brinco no momento em que eu cheguei em casa. Eu saí do quarto da Amora desesperada, com medo de alguém me ver ali, e acabei deixando um par do meu brinco escapar. Eu posso provar que aquele brinco é meu porque eu tenho muitas fotos nas minhas redes sociais usando ele. Inclusive eu o trouxe, tá aqui comigo, o segundo par daquele brinco que a Amora disse que é da Alexia, pra ter uma prova montada a mais pra acusar a garota.

Sofia tira o brinco do bolso, o levanta.

SOFIA – Tá aqui. O verdadeiro par do brinco que a Amora achou no quarto dela! É meu! Podem confiscar!

Então, Sofia pega o seu celular, começa a mexer nele. Amora totalmente chocada, sem rumo. Alexia vitoriosa. Rafael boquiaberto, tenso com aquilo tudo.

SOFIA – Eu separei aqui algumas fotos minhas usando esse brinco. Estão aqui pra quem quiser ver, e inclusive tem uma selfie que eu tirei no dia da festa.

Rafael se aproxima, afobado, pega o celular das mãos de Sofia, começa a ver as fotos. CAM mostra a tela do aparelho: fotos de Sofia usando aquele brinco, em várias ocasiões. Foco em Rafa, chocado.

RAFA – Não é possível… Não pode ser.

ALEXIA – E quanto àquele cara que veio aqui encher a boca pra falar que me viu entrando na mansão,ele com certeza foi pago pela Amora pra dizer aquilo. Pra confirmar é só conseguir o contato dele, trazer ele aqui e dar uma prensa, quero ver se ele não assume. Ou então, dar uma grana maior do que a que a Amora ofereceu, quem sabe…

SOFIA – O fato é que a Amora armou cada detalhe pra acusar a Alexia. Os motivos só ela sabe, porque pra mim, nada justifica tamanha falta de caráter!

AMORA – (grita) Chega!!! Chega!!! Eu não sou obrigada a ficar aqui escutando todas essas mentiras!

ALEXIA – Para, Amora, para com esse show… A mentirosa da história toda é você. Mas agora as coisas estão em seu devido lugar, e você vai pensar duas vezes antes de armar um plano de quinta categoria desses, porque nenhuma farsa se sustenta por muito tempo, e até uma cobra como você precisa encarar a realidade um dia, não acha?

As duas se encaram. Rafael se aproxima de Amora, que está sem chão, ainda surpreso com tudo.

RAFAEL – Como você pôde ser tão calculista… Tão fria, Amora? Tão má… (grita) Fala, Amora! Fala pra mim! Quem é você?!

Suspense e tensão tomam conta da cena. Foco no rosto de cada um ali.  Beatriz tensa, Milo e Sofia dando leves sorrisos. Alexia triunfante. Rafael com ódio, encarando Amora.

Tempo.

Close final em Amora, encarando Alexia.

Uma lágrima escorre de seus olhos.

Congela em AMORA, numa mistura dos tons rosa e roxo, e o seu rosto se torna a capa de um caderno escolar, marcando o FIM DO 25º CAPÍTULO.

Deixe um comentário