Cena 1/ Bordel/ Externo/ Noite
(Lentamente, Otávio levanta-se)
OTÁVIO: O que aconteceu aqui?
(Otávio entra no carro e parte)
Cena 2/ Hotel/ Quarto/ Interno/ Noite
(Renato e Paula entram)
RENATO: Por que você me trouxe aqui? O que está acontecendo?
PAULA: Renato, eu sei que pode parecer loucura, mas aquela mulher que está em casa nesse momento é a Thais. A Paula sou eu.
RENATO: Impossível. A Thais está longe daqui.
PAULA: Não. No dia do nosso noivado, quando você saiu, a Thais apareceu. Nós discutimos e ela me dopou. Quando eu acordei, eu já estava em um hospício, cercada de vários enfermeiros. Você não noivou comigo, você noivou com ela, com a Thais.
RENATO: Meu Deus.
PAULA: Olha nos meus olhos. Você não consegue me reconhecer? Você nunca percebeu algo de diferente depois do dia daquele noivado?
RENATO: Aconteceram coisas estranhas. A Paula não quis anunciar a gravidez quando eu pedi no momento do noivado, eu notei que ela estava sem o sinal no ombro.
(Paula abaixa a alça da blusa e mostra o sinal)
PAULA: Veja o sinal.
RENATO: Meu Deus. Não pode ser.
PAULA: Aquela mulher é a Thais. Eu sou a Paula. Eu.
(Luzia entra)
LUZIA: Eu posso confirmar toda a verdade, Renato.
RENATO: Dona Luzia?
LUZIA: A Thais me colocou no hospício também quando eu percebi que ela estava se passando pela Paula.
RENATO: Ela havia dito que a senhora tinha voltado a Ribeirão Preto no dia seguinte ao do noivado.
LUZIA: Mentira. Eu estava internada na mesma clinica em que ela colocou a Paula.
RENATO: Como eu sou idiota. Como não passou pela minha cabeça que ela era a Thais?
PAULA: Não se culpe. Ela enganou a todos.
RENATO: Por quê?
LUZIA: Inveja. A Thais sempre teve inveja da Paula.
RENATO: Vamos revelar a verdade a todos. Nós não podemos deixar a Thais continuar enganando as pessoas.
PAULA: Não. Eu quero desmascarar a Thais em público. É por isso que eu quero que você continue agindo naturalmente. Ela não pode saber que você descobriu a verdade. Eu quero me vingar da Thais no dia do casamento.
RENATO: Você tem certeza?
PAULA: Tenho. Certeza absoluta.
(Paula ri para Renato e o casal se beija)
Cena 3/ Mansão Martins/ Sala/ Interno/ Noite
SÉRGIO: Valeu pela visita, cara.
BRUNO: Imagina.
SÉRGIO: E você com a Jéssica?
BRUNO: Nós terminamos. Você acredita que ela mentiu para mim? Tinha descoberto que era leucêmica e me contou só ontem.
SÉRGIO: A Jéssica com leucemia e você termina com a menina?
SÉRGIO: E você não pensa como deve estar a cabeça, a vida dela? Em vez de terminar o namoro, você deveria estar dando a força que ela precisa nesse momento tão difícil.
BRUNO: Você fala isso porque não é a Juliana que está com leucemia.
SÉRGIO: Mas se ela estivesse, você pode ter certeza que, nesse momento, eu estaria do lado dela, dando o meu amor, o meu carinho, a minha força, tudo o que ela precisa para ficar bem.
Cena 4/ Casa de Paula/ Sala/ Interno/ Noite
(Thais anda de um lado para o outro. Ela para na frente de um retrato de Paula)
THAIS (com a fotografia em mãos): Se você voltar, eu te mato. Eu te mato.
(Thais joga o retrato no chão, que quebra)
Cena 5/ Casa de César/ Sala/ Interno/ Noite
(Alguém bate na porta. Lucélia atende)
LUCÉLIA: César?
CÉSAR (entrando): Saudades de mim?
LUCÉLIA: O que você está fazendo aqui? Como você fugiu da cadeia?
CÉSAR: Pensei que ficaria feliz em me ver. Fugi da cadeia com a ajuda de um amigo, o Brutus, que a essa hora deve estar servindo de comida para os urubus.
(INÍCIO DO FLASHBACK – César e Brutus estão em uma rua deserta.)
CÉSAR: Agora que estamos bem longe da cadeia, acho melhor cada um seguir seu caminho.
BRUTUS: Concordo.
CÉSAR: Mas antes saiba que a tua ajuda só foi necessária para mim naquele momento.
(César avista um ônibus se aproximando)
CÉSAR: Isso é por todos os momentos que você apontou aquele canivete na minha cara.
(César empurra Brutus no meio da avenida, que cai no chão. O ônibus se aproxima e atropela Brutus. César se esconde no meio da mata – FIM DO FLASHBACK)
CÉSAR: Não vai me dar um beijo?
LUCÉLIA: Não. Nós temos que sair daqui, senão será o primeiro lugar que o policial vai vim te procurar.
Cena 6/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Dia
Cena 7/ Bordel/ Externo/ Dia
(Adriana passeia pelos destroços do bordel. Ela dá um leve sorriso)
Cena 8/ Mansão Albuquerque/ Quarto de Adriana e Otávio/ Interno/ Dia
(Otávio se lembra das coisas que Larissa disse.)
OTÁVIO: Deve existir alguma coisa que prove aquilo que a Larissa disse. Um documento, uma confissão, sabe lá. E se realmente existir isso, deve estar implantado no antigo apartamento de Adriana.
(Otávio sai)
Cena 9/ Faculdade/ Corredor/ Dia
(Bruno vê Jéssica)
BRUNO: Jéssica.
JÉSSICA: Oi, Bruno.
BRUNO: Pensei que você não viria a faculdade depois daquela discussão que tivemos.
JÉSSICA: Eu não posso virar as costas para a minha vida escolar, Bruno.
BRUNO: Desculpa. Desculpa por eu ter sido tão idiota naquela noite. Olha, eu quero te ajudar a superar essa leucemia. Perdão.
(Bruno abraça Jéssica e a beija)
JÉSSICA: Obrigada por ter pensado melhor e entendido.
BRUNO: Eu te amo, Jéssica.
Cena 10/ Apartamento de Adriana/ Sala/ Interno/ Dia
(Otávio entra no apartamento. Ele começa a mexer nas gavetas, nos armários. Ele se dirige até o quarto de Adriana e abre seu guarda- roupa. Ele, ao tocar a superfície do guarda roupa, percebe a existência de uma superfície oca. Ele abre a superfície oca e encontra um envelope. Ele senta na cama, abre o envelope, vê cartões de identidades com o nome de Norma e uma foto de Adriana ao lado e lê uma carta)
OTÁVIO: Não pode ser. A Adriana é a Norma mesmo. Vadia, cachorra. Aquela vagabunda me paga.
Cena 11/ Casa de Paula/ Sala/ Interno/ Dia
(Thais está sentada no sofá. Renato abre a porta e entra, acompanhado de Luzia)
RENATO: Paula; veja quem eu encontrei na rodoviária.
(Thais vê Luzia e se assusta)
THAIS: Mãe?
LUZIA: Paulinhaaaaaa. Que saudades de você, filhinha.
(Luzia abraça Thais)
Cena 12/ Mansão Albuquerque/ Sala/ Interno/ Dia
(Adriana entra e vê Otávio)
ADRIANA: Meu amor, você ainda não foi para a empresa. Eu estava no shopping.
(Adriana se aproxima de Otávio, que dá um tapa na vilã)
OTÁVIO: Vadia.
ADRIANA: O que significa isso?
OTÁVIO: Acabou. Acabou. Você perdeu, Adriana. PERDEU!
(Congela em Adriana)
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