A Flor do Sertão – Capítulo 01

__________ CAPÍTULO 1 __________

VILAREJO SERRA BRANCA, AROAZES, PIAUÍ – 1993

CENA 01: BAR DO TOCO/FACHADA/EXT./NOITE

Um homem sai do bar com uma garrafa de cachaça na mão. Cambaleando, ele caminha em direção à estrada que dá acesso ao vilarejo e toma alguns goles da bebida. Já é tarde e a estrada está deserta. O homem escuta um barulho de cavalo, mas continua andando. O som se aproxima cada vez mais. Ele vê vultos, mas não consegue identificar do que se trata.

Trilha Sonora: Together (The XX)

O ruído desaparece e o homem fica intrigado, mas continua caminhando. Ele olha para os lados, até que avista uma pessoa caminhando em sua direção.

HOMEM: Ô companheiro! Tá perdido por essa banda?

O homem não obtém respostas.

HOMEM: Que foi, hein? O gato comeu a tua língua, foi?

A pessoa misteriosa coloca a mão em seu casaco, tira uma pistola e aponta em direção ao homem. Ouve-se alguns disparos e o homem cai no chão sangrando. A pessoa vai embora com seu cavalo. A imagem escurece.

CENA 02: PRACINHA/EXT./MANHÃ

Trilha sonora: Bela Flor – Maria Gadú

Amanhece no Vilarejo Serra Branca. São mostradas as casas de barro e a pracinha do local. O close vai pra uma estradinha. Surge um cavalo branco correndo, no qual está montada uma mulher de cabelos negros e soltos, que se balançam com o vento. A mulher se vira para trás, procurando por alguém. Quando ela volta a olhar para frente, é cercada por um homem também a cavalo. O animal sobre o qual ela estava se assusta e a derruba.

BENTO: REGINAAAA!

Bento desce rapidamente do seu cavalo e corre até Regina, que está caída no chão com olhos fechados. O rapaz chega bem perto dela.

BENTO (desesperado): Regina, meu amor, fala comigo! Num faz isso comigo não, meu amor!

Bento, desesperado, começa a chorar.

De repente, Regina se levanta e ri.

BENTO: Regina?! Eu não acredito. Então era…

REGINA: Duvido tu me pegar agora.

Regina sobe no cavalo e sai andando. Logo, Bento dá um sorriso e vai atrás dela. Um homem olha pra Regina e Bento resmunga.

CENA 03: CASA DE JOSÉ/SALA/EXT./MANHÃ

José entra em cena, com uma pasta em mãos e senta-se em uma cadeira. Ele abre a pasta e começa a analisar os papéis que estão nela. Sua fisionomia é de preocupação. Tempos depois, ele se levanta e vai em direção à cozinha. Mas, antes de sair de cena, ele avista a esposa Maria na janela.

José aproxima-se lentamente de Maria, e chama sua atenção.

MARIA: Pensei que tu ainda tava deitado, meu marido…

JOSÉ: Vou ter que sair mais cedo hoje, mulher… tenho que ir resolver uns problema antes de ir pra fazenda.

Nesse momento, o filho caçula Geraldo entra em cena e flagra os pais conversando. Sua fisionomia cansada deixa evidente que ele estava dormindo.

JOSÉ: Mas me diz uma coisa, mulher… O que é que tu tava fazendo aqui?

MARIA: Ah, José, eu tô preocupada com tanta coisa… É as conta chegando e a gente sem dinheiro pra pagar… A comida tá acabando, não tem nem farinha direito aqui em casa… Mas eu tô preocupada mesmo é com a minha Chica. Eu tenho certeza que ela não vai ficar muito triste em ter que parar de estudar lá na capital e ter que voltar pra cá…

JOSÉ: Não se aperreia não, mulher. Tudo vai se ajeitar! Vai passar café porque eu já tô saindo.

MARIA: A comida acabou, Zé.

O casal se abraça. Geraldo, ainda observando os pais, fala consigo mesmo.

GERALDO: Tenho que ajudar mãinha e painho.

Geraldo se retira de cena, voltando para seu quarto.

CENA 04: BAR DO TOCO/INT./MANHÃ

Toco serve cerveja e conversa com alguns homens na bancada do bar.

TOCO: Olha, eu ainda acho que foi o seu coronel Ramiro que mandou matar o seu coronel Herculano! É, macho, só pode ter sido ele! Ó, os santo deles já num se batia desde sempre, e depois o seu coronel Herculano veio começar a comprar terra e enricou tanto que começou a incomodar o seu coronel Ramiro…

De repente, Ramiro entra em cena, sem chamar muita atenção. Ele se dirige até o balcão,

RAMIRO: Me vê uma cerveja, Toco.

TOCO: É pra já, seu coronel!

Toco se agacha e retorna com uma garrafa em mãos. Ramiro a toma e a abre. Enquanto consome a bebida, Ramiro conversa com Toco.

RAMIRO: Então, quer dizer que o senhor acha que fui eu quem mandei matar o coronel Herculano, né verdade, seu Toco?

TOCO: Mas é claro que não, seu coronel. Nunca que eu ia pensar uma coisa dessas do senhor!

RAMIRO (irônico): Engraçado… Não foi o que eu ouvi…

Toco fica tenso com a reação de Ramiro, que se apoia no balcão e força um contato olho no olho com o comerciante, amedrontando-o.

RAMIRO: Muito cuidado com o que tu for falar, seu Toco… Esse negócio de sair falando coisa que não sabe direito é muito perigoso, viu? Um piscar de olho e eu te faço perder muita coisa… Esse barzinho vai ser a primeira coisa que tu vai perder… Só avisando, viu?

Os homens ali ficam tensos com a ameaça de Ramiro. Toco engole em seco. Ramiro se afasta dos homens e vai saindo do bar, mas logo retorna.

RAMIRO: Ah, quase ia me esquecendo, ó… Seu Toco anota a cerveja aí na minha conta, viu? Bom, tenham todos um bom dia. Com licença.

Ramiro, enfim, sai de cena. Ao mesmo tempo, José vem entrando. José estende a mão a Ramiro.

JOSÉ: Bom dia, seu coronel!

Ramiro levanta seu chapéu, olha para José com um ar soberbo e sai andando, sem cumprimentá-lo.

JOSÉ (intrigado): Oxe!

José se dirige à bancada do bar.

JOSÉ: Bom dia, seu Toco! Me vê uma cerveja aí…

TOCO: Olha, me desculpa, seu José, mas eu não posso te vender mais nada. Tu tá devendo muito aqui no meu bar, não posso mais te vender nada fiado.

Envergonhado, José evita olhar para os outros e decide sair. Dali mesmo, ele vê Bento e Regina andando de cavalo e indo rumo ao rio.

JOSÉ (irritado): Essa cabra não deixa minha filha em paz. É hoje que eu te pego, seu safado.

José começa a segui-los.

 

CENA 05: CASARÃO DE RAMIRO/QUARTO DE AURORA/INT./MANHÃ

A menina que acaba de acordar é Aurora, filha do coronel Ramiro. A jovem que é atormentada pelo mesmo sonho há anos, desde que sua mãe faleceu. Sandra, a governanta da casa, entra no quarto de Aurora, assustada após ouvir o grito.

AURORA: Mãe!

SANDRA: Aurora, tá tudo bem? Te ouvi gritar, fiquei preocupada que só! O quê que houve, meu amor?

AURORA: Aquele sonho de novo, Sandra… Sonho não, pesadelo… O mesmo pesadelo, com o acidente da minha mãe… Nunca parou de martelar na minha cabeça…

SANDRA: Calma, princesa. É só um pesadelo.

AURORA: Não gosto nem de pensar nisso… Eu não mereço isso, Sandra, eu não mereço…

SANDRA: Fique tranquila. Nada é real. Um dia esse pesadelo some.

Aurora dá um abraço em Sandra, que faz uma careta por suas costas.

SANDRA: Aurora, agora vem tomar café senão tu vai se atrasar pra escola.

Sandra desce pra cozinha. Aurora se levanta e arruma sua cama. Antes de entrar no banheiro,

Aurora fala consigo mesma.

AURORA (sussurrando): Que saudade que eu tenho de ti, mãe…

Aurora entra no banheiro.

 

CENA 06: CAMPO/MARGEM DO RIO/INT./NOITE

Regina e Bento descem de seus cavalos ao chegarem perto de uma árvore, à beira da margem do rio. Ali, embaixo da árvore, há uma cesta decorada com corações.

REGINA: Ai que coisa linda, meu amor! Adorei! Te amo, viu?

Regina e Bento se beijam.

BENTO: Esse lugar é a nossa cara, não acha? Fiz tudo isso aqui pensando em ti, minha linda…

Enquanto fazem piquenique, Bento e Regina observam o rio seco.

BENTO: Não gosto de olhar pra esse rio seco…

REGINA (triste): Nem eu, Bento… Essa seca maldita castigando o nosso sertão, e a gente

aqui sem poder fazer nada… A tal da transposição do Velho Chico que não chega. É só

promessa do governo. Assim nossos bichos vão morrendo tudo.

Bento se aproxima e dá-lhe um abraço.

BENTO: Não vamo pensar nisso não, Regina. Tudo vai melhorar, tu vai ver.

Bento e Regina trocam um beijo.

BENTO: Regina, eu vou comprar um pedacinho de terra e uma casinha pra gente.

REGINA (feliz): Verdade?

BENTO: Agora a gente pode juntar os nossos trapos e se casar. Se tu aceitar, claro. Tu aceita, né?

REGINA: É tudo que eu mais quero.

BENTO: Mas temos que fazer tudo do jeito que é pra ser. Tenho que pedir tua mão pro teus pais.

BENTO: Regina, tenho que te falar uma coisa.

REGINA: Fale, meu amor.

BENTO: Depois que você casar mais eu, não quero que tu vista nenhuma roupa curta. Não gosto de vê os cabras olhando pro teu corpo. Tu é só minha!

REGINA: Oxe, Bento. É melhorar parar com isso se não vou me embora. Desse jeito você até me assusta. Deixe de ciúmes, homem. Eu só tenho olhos pra tu.

CENA 07: CASARÃO DE RAMIRO/COZINHA/INT./MANHÃ

Aurora, já com seu uniforme escolar, chega à cozinha e se senta à mesa.

SANDRA (sorrindo): O café já tá servido, minha princesa.

AURORA: Obrigada. Eu queria muito ver mamãe aqui… E o papai, Sandra, não vem?

SANDRA: Sua mãe deve estar te olhando lá do céu! E coronel… Saiu bem cedo e não quis tomar café.

Aurora pensa um pouco consigo mesma e, em seguida, aproxima sua cadeira da de Sandra, provocando uma conversa mais privada.

AURORA: Sandra… Será que meu pai gosta de mim? Ele nunca tá comigo, sempre me evita.

Desde que minha mãe morreu que ele fica me tratando diferente. É frio comigo…

SANDRA: Mas é claro que ele te ama, meu amor. Teu pai te adora. Ele só é muito ocupado. Agora toma seu café e vai pra escola.

Aurora termina seu café e se levanta.

AURORA: Já vou. Tchau, Sandra!

SANDRA: Tchau meu anjo! Deus te proteja!

Aurora dá um abraço e um beijo em Sandra. Em seguida, ela se retira de cena, rumo ao seu

quarto.

 

CENA 08: CASARÃO DE RAMIRO/QUARTO DE SANDRA/INT./MANHÃ

Sandra entra no seu quarto e tranca a porta.

SANDRA (com raiva): Que Deus me perdoe, mas ô menina chata. Tô em tempo de não aguentar ela falando todo tempo da mãe. Só sabe falar da mãe! É mamãe pra cá, é mamãe pra lá… Aquela desgraçada da Lívia!

Sandra abre uma gaveta e pega um livro. Após folheá-lo, ela pega uma foto e passa o dedo sobre ela.

SANDRA (sorrindo): Ah, Ramiro, meu amor. Se não fosse a Lívia, a gente seria muito feliz juntos. Já tirei ela do nosso caminho, e agora vou fazer o mesmo com a pirralha e com quem vier inventar de te atormentar. Tu é meu… Só meu!

Sandra beija a foto.

CENA 09: TERESINA/UNIVERSIDADE/SALA DE AULA/INT./MANHÃ

Sala de aula de um curso de História em uma universidade piauiense. Muitos poucos alunos prestam atenção no professor; outros conversam; outros simplesmente deixam a sala na metade da aula; outros dormem, como Francisca, filha de José e Maria. Porém, como a moça sentava em uma das cadeiras da frente, acaba chamando a atenção do professor, que resolve lhe fazer uma pergunta.

PROFESSOR: Francisca, em que ano aconteceu a Guerra do Paraguai? Francisca! Francisca!

Francisca acorda em um susto.

FRANCISCA: Até no sonho a Regina tira o que é meu!

PROFESSOR: Francisca?

Francisca imediatamente dirige seu olhar para o professor.

FRANCISCA: Oi professor querido, essa gravata ficou ótima no senhor.

PROFESSOR: Muito obrigado! Mas eu te fiz uma pergunta. Em que ano aconteceu a Guerra do Paraguai?

FRANCISCA: Foi em…

Francisca é interrompida por um toque, indicando o fim da aula.

FRANCISCA: Que pena! A aula já terminou. Até amanhã, professor.

Todos os alunos se retiram da sala de aula.

CENA 10: TERESINA/UNIVERSIDADE/CORREDOR/INT./MANHÃ

Francisca caminha pelo corredor e chama a atenção dos homens com sua beleza. Quando seus amigos chegam, ela pega seu celular, motorola PT – 550, que ganhou de um ex namorado, e finge fazer uma ligação.

FRANCISCA: Simão, seu incompetente! Cadê minha limusine? A aula já acabou. Vou ligar para minha mãe e ela não vai gostar nada de ser interrompida na reunião de Nova York. Anda rápido, inútil.

Uma amiga de Francisca se aproxima dela.

MENINA: Francisca, você tem uma limusine?

FRANCISCA: Só uma limusine? Meu amor, eu tenho Ferrari, Lamborghini… sabe como é, meus pais são empresários muito bem sucedidos, famosos e muito ricos, podem manter esses meus luxos básicos. Agora licença que eu tenho uma sessão no spa e, depois, um passeio de lancha. Tchauzinho, querida.

Francisca acena para a amiga e se retira.

CENA 11: CAMPO/MARGEM DO RIO/INT./NOITE

José caminha em direção à árvore na qual estão Bento e Regina. Os dois se beijam.

JOSÉ: Mas que safadeza é essa, hein?

BENTO: Calma, seu José! A gente tá só namorando aqui, nada demais!

REGINA: É, pai, a gente não tá fazendo nada demais…

JOSÉ: Se pegam vocês dois aqui nessa safadeza, que é safadeza sim, minha filha vai ficar mal falada. Ande, minha filha, vamo embora que já tamo atrasado pro trabalho, e tu sabe que o seu coronel não gosta de atraso.

JOSÉ: E você seu cabra, eu já disse pra ficar longe de minha filha!

REGINA: Bento, desculpa. Que vergonha!

BENTO: Tudo bem, amor. Bom trabalho!

Os dois dão um beijo de despedida.

JOSÉ: Anda Regina!

REGINA: Calma, painho! Já estou indo.

Regina caminha pro rumo do pai e ele a pega pelo braço.

JOSÉ: Eu não gosto desse sujeitinho!

José e Regina se retiram de cena.

A imagem vai se escurecendo.

CENA 12: TERESINA/UNIVERSIDADE/FACHADA/EXT./MANHÃ

Francisca sai da Universidade e caminha para um ponto de ônibus distante do local. Ela fica sentada, esperando a condução. Depois de muito esperar, o veiculo chega. Ao entrar nele, ela se depara com um colega de turma.

FRANCISCA: O que esse imbecil está fazendo aqui?

Francisca tenta se esconder dele.

CENA 13: CASA DE JOSÉ/SALA DE ESTAR/INT./MANHÃ

Geraldo e Maria estão sentados na mesa. José e Regina chegam em casa. Maria imediatamente se levanta e vai ao encontro do marido e da filha.

MARIA: Oxe, onde é que vocês dois tava? Fiquei preocupada que só…

REGINA: Eu tava mais o Bento…

MARIA: O que foi José? Por que essa cara?

José não responde Maria e se retira de cena, indo buscar suas ferramentas no quintal.

REGINA: Nada. Sabe como painho é, né? Bença?

MARIA: Deus te abençoe!

REGINA: Geraldo. Vamo?

Geraldo continua sentado.

GERALDO: Hoje eu não vou trabalhar! Quero ir nadar no rio.

REGINA: Quê isso, menino? Ande. E ó, o rio tá sequinho.

GERALDO: Eu tô cansando de trabalhar o dia todo! Eu quero brincar.

REGINA: Geraldo, se a gente não trabalhar a gente não tem comida na mesa.

GERALDO: E quando é que a gente teve? Aqui a gente só come feijão e farinha… Isso quando tem.

Entristecida, Maria decide de retirar.

REGINA: Deixa de conversa e vem logo!

Incomodado, Geraldo se levanta e segue Regina, que sai de casa.

CENA 14: PRACINHA/EXT./MANHÃ

Um ônibus estaciona próximo à pracinha do vilarejo. Ali dentro, vários operários recém-chegados para trabalhar na fazenda de Ramiro. Um deles ganha o foco por causa de suas roupas negras e de seu grande chapéu, que esconde sua identidade facial. Ao erguer sua cabeça, o homem enfim revela sua face marcada por uma grande cicatriz.

HOMEM (irado): De volta à minha terra… agora é a hora… esse vilarejo vai se arrepender de ter rido de mim… te prepara Ramiro, porque eu voltei pra me vingar!

A imagem se escurece diante aquele rosto raivoso.

CENA 15: FAZENDA DE RAMIRO/EXT./MANHÃ

Ao chegar na fazenda, Geraldo vai pra zona infantil. Chateado, ele e foge da fazenda para ir pro rio. No momento, Ramiro chega de carro e avista o menino correndo da fazenda.

RAMIRO: Mas que bichinho safado! Saindo pra nadar em hora de trabalho. Ah, mas isso não vai ficar assim!

Ramiro desce do carro e persegue Geraldo. Ele não tarda a alcançá-lo, impedindo-o de chegar ao rio. Segurando-o pelo braço, Ramiro volta à fazenda, chamando a atenção de todos.

RAMIRO (gritando): Esse moleque estava no rio na hora do serviço! Não quero ver isso se repetindo. E ai de quem se atrever a fazer isso novamente! Vai se arrepender!

GERALDO: Me larga! Meu braço tá doendo.

Regina percebe a gritaria e se aproxima para saber o que está acontecendo. Ela avista o coronel segurando seu irmão pelo braço.

REGINA: Mas quem esse coronelzinho pensa que é para segurar meu irmão pelo braço?

Regina tenta avançar, mas uma mulher a segura.

MULHER: Calma, menina. Não afronta o coronel que é pior pra ti!

Regina consegue se soltar e se põe na frente da multidão, chamando a atenção de Ramiro.

REGINA (gritando): Quem tu pensa que é para machucar meu irmão? Larga ele agora!

Todos ficam impressionados com a atitude da moça. Ramiro e Regina se encaram.

Continua…