Águas Passadas – Capítulo 6 (Vale a Pena Ler de Novo)

CENA 1
Rio de Janeiro, mansão de Marcelo e Glória, interior, dia.

Decidida, Glória olha para os porta-retratos dela com seu marido Marcelo.

GLÓRIA: Eu vim para este mundo para ser feliz. E é isso que eu vou ser.

Marcelo abre a porta e entra na casa. Ele vai até Glória e a beija.

GLÓRIA: Marcelo, a gente precisa ter uma conversa séria.

MARCELO: Vai falando enquanto eu guardo minha maleta no quarto.

GLÓRIA: Não, Marcelo. É uma conversa séria. De verdade. Senta aqui do meu lado, por favor.

Marcelo se assusta. Ele vai até o sofá e senta-se ao lado de Glória.

MARCELO: Diga. O que aconteceu?

GLÓRIA: Eu quero me separar de você.

Marcelo faz uma cara de desentendimento misturada com decepção.

MARCELO: O quê? Como assim “se separar de mim”? Glória, nós estamos casados há 20 anos! Já vivemos tanta coisa e ainda vamos viver muito mais! Por que você está falando essa maluquice?

GLÓRIA: Não é maluquice, Marcelo. Eu sei que vai doer em você tanto quanto vai doer em mim ter que te falar isso, mas… Marcelo, eu nunca te amei.

MARCELO: Como assim nunca me amou? Você é minha esposa! Há 20 anos! Você tem outro homem, é isso?

GLÓRIA: Não, Marcelo! Eu sempre fui fiel a você, mas… eu me casei com você só por gratidão ao que você fez por mim. Você me tirou da miséria, me deu um lar, comida, pagou meus estudos… eu era muito agradecida a você e ainda sou. Mas hoje em dia eu entendo que eu preciso buscar a minha felicidade, e eu espero que você também entenda. Quando me casei com você, eu sabia que não te amava. Mas eu não podia negar aquele pedido seu depois de tudo o que você fez por mim. Eu simplesmente não tinha coragem. Desculpe se eu te iludi por todos esses anos, mas eu nunca quis te magoar. Inclusive, eu casei por você justamente porque eu não queria te fazer sofrer. Mas para fazer a sua felicidade, eu tive que abrir mão da minha. E hoje em dia eu entendo que não é justo com você continuar casada, sendo que eu não te amo. Viver essa vida de mentiras. Me desculpe, mas eu quero a separação.

MARCELO: Mas, Glória… você não pode jogar fora todo o nosso amor!

GLÓRIA: Não há nenhum amor, Marcelo! Pelo menos da minha parte. Você quer continuar casado com uma mulher que não te ama? Por favor, Marcelo. Tente me entender. Eu não posso continuar casada com você. Eu estarei desrespeitando a você e a mim mesma com esse falso sentimento. E eu não quero o seu dinheiro. Eu sei que nós nos casamos em comunhão de bens e que eu tenho direito a 50% do seu dinheiro, mas eu abro mão disso tudo. Eu não quero seu dinheiro, eu só quero minha felicidade.

MARCELO: Ah, claro. É fácil falar isso depois que você abriu um restaurante e subiu na vida graças ao meu dinheiro.

GLÓRIA: Marcelo, eu não estou te reconhecendo! Se este é o problema, tudo bem! Eu te dou minha parte no restaurante. Não vou mais ser sócia do Juarez, se é isso que você quer. Você virará o sócio dele e eu fico sem parte nenhuma. Tudo o que eu não quero é que você pense que eu só estou com você por interesse. Se eu estive casada com você por todos esses anos foi por consideração a você e pela ajuda que você me deu quando eu mais precisei.

MARCELO: Não, Glória… eu não quero a sua parte no restaurante. Desculpe se te ofendi… é que você me pegou de surpresa com esse papo. Eu não sei o que falar, nem o que pensar. Mas Glória… eu te amo, não jogue meu amor no lixo.

Glória abraça Marcelo.

GLÓRIA: Marcelo, eu não estou jogando nada no lixo. Eu espero que nós consigamos manter uma relação amigável, porque eu te quero muito bem. Agora, eu vou arrumar minhas malas e vou me mudar o mais rápido possível daqui. Não quero mais atrapalhar sua vida. Mas antes eu vou passar no restaurante e ver como as coisas estão por lá.

Glória se levanta do sofá e sai da mansão. Quando ela vai embora, Marcelo se levanta, enraivecido. Ele pega um vaso e joga-o no chão, fazendo-o se despedaçar em diversos fragmentos.

MARCELO: VAGABUNDA! Se você acha que vai simplesmente casar comigo, usar o meu dinheiro para subir na vida e depois me largar, depois de tudo o que eu te fiz, você está completamente errada! Mas isso não vai ficar assim. Mas não vai mesmo! Você vai ver só, Glória Maciel. Você vai voltar a ser minha.

A câmera vai se aproximando do rosto vermelho de raiva de Marcelo, com sua veia pulsando.

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CENA 2
Rio de Janeiro, casa de Gumercindo, interior, dia.

Gumercindo está fazendo um lanche com Vitória, a menina que encontrou em uma cesta de piquenique no mar e criou como filha.

VITÓRIA: E então, pai, como foi a pescaria ontem?

GUMERCINDO: Foi boa. Pesquei um montão de peixe! Chegou até a encher uma cesta por completo!

Vitória desfaz o sorriso que estava estampado em seu rosto.

GUMERCINDO: Desculpe, filha. Eu esqueci.

VITÓRIA: Não, pai… não tem problema.

Vitória sempre se sente mal ao ouvir a palavra “cesta”, pois tem um trauma já que sabe que foi abandonada em uma cesta e jogada no mar.

VITÓRIA: Bem, pai, vou só escovar os dentes e vou voltar para a faculdade.

GUMERCINDO: Tudo bem, filha.

Vitória vai até o banheiro, escova os dentes, pega sua mochila, dá um beijo em seu pai e vai embora em direção à universidade onde tem uma bolsa na faculdade de medicina.

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CENA 3
Rio de Janeiro, casa de Ângela e Werner, interior, dia.

Jandira está segurando uma vassoura, varrendo o chão da sala de estar, enquanto Ângela e Werner estão sentados no sofá.  Ângela tira um pacote de balas do bolso e come uma.

ÂNGELA: Quer uma bala, meu amor?

Werner faz uma cara de bravo.

WERNER: De onde você tirou dinheiro para comprar esse pacote de balas?

ÂNGELA: Ué, eu peguei da sua carteira.

WERNER: O quê?!

Werner toma o pacote de balas das mãos de Ângela e começa a olhar fixamente para a etiqueta colada no pacote, com os dizeres: “R$ 1,49”.

WERNER: Este pacote de balas custou um real e quarenta e nove centavos! Você gastou R$ 1,49 meus nessas balas sem-gosto? O dinheiro que eu suei trabalhando para conseguir?

ÂNGELA: Calma, amor! Foi só um e cinquenta, não é para tanto. Você não vai ficar mais pobre por causa de míseros um e cinquenta.

WERNER: Como assim “um e cinquenta”? Ali está escrito um e quarenta e nove! Não venha me dizer que você… (Werner faz uma cara de espantado) não recebeu um centavo de troco?

ÂNGELA: Que diferença um centavo vai fazer na sua vida?

Werner se levanta do sofá, indignado, e se vira para Ângela.

WERNER: Toda a diferença! Você simplesmente deu um centavo de mão beijada para aqueles meliantes daquele mercado? Se eles juntarem cada centavo que eles não dão de troco para os clientes, eles já estarão ricos! Você tem noção disso? Assim como eles podem enriquecer com um centavo, nós podemos empobrecer! Eu não acredito que você fez isso, Ângela. Você roubou meu centavo e gastou ele pra nada! Vou até me retirar daqui. E você, trate de tricotar alguns panos de croché para a gente vender para a vizinhança, porque se você continuar esbanjando dinheiro desse jeito, nós vamos ficar pobres! Vamos ir morar embaixo da ponte!

JANDIRA: Credo, seu Werner. Quanto rebuliço!

WERNER: Cale a boca, Jandira! Acho melhor você me defender, porque se a gente ficar pobre, a primeira a perder o emprego é você!

Werner, indignado, começa a caminhar até sair da sala. Ângela fica perplexa. Então ela olha para o relógio e depois para Jandira.

ÂNGELA: Ué, Jandira, já está na sua hora de ir embora. Por que você ainda está aqui?

JANDIRA: É que eu cheguei meia hora atrasada, então vou sair meia hora depois do meu horário.

ÂNGELA: Não, capaz, imagina! Não precisa ficar aqui cumprindo hora extra só porque se atrasou um pouco.

JANDIRA: Ai, sério, dona Ângela? A senhora é a melhor patroa do mundo, muito obrigada! (Jandira olha para cima.) Meu São José Operário, padroeiro dos trabalhadores, muito obrigada por iluminar a cabeça dessa minha patroa linda e deixar eu ir embora no horário! Depois eu rezo um terço para o senhor!

Jandira tira seu uniforme, pega sua bolsa, dá um abraço em Ângela e vai embora. Quando sai da casa de seus patrões, Jandira pensa consigo mesma.

JANDIRA (pensamento): Ai, o meu maridinho vai ter uma surpresa e tanto! Vou chegar e ele nem vai estar me esperando em casa. Então vou recompensá-lo por um dia inteiro de trabalho pesado naquele táxi, passando um calorão. Vou dar a ele tudo o que ele tem direito… (ela olha para cima) Desculpe pelo pecado que eu vou cometer hoje, seu São José, mas o Gui merece. Coitadinho do meu Gui. O senhor sabe que ele trabalha para caramba, ele merece uma noite com essa esposa gostosa dele, né? Com todo o respeito, claro!

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CENA 4
Los Angeles, mansão de Waldomira e Daniel, interior, dia.

Waldomira está lendo um livro, quando Daniel abre a porta e entra.

WALDOMIRA: Oi, meu amor.

DANIEL: Waldomira, nós precisamos conversar.

WALDOMIRA: O que houve?

Daniel senta-se ao lado da esposa no sofá.

DANIEL: Eu quero o divórcio.

WALDOMIRA: Divórcio?!

DANIEL: É isso mesmo. Você é uma mulher esperta e provavelmente sabe que se eu me casei com você foi por causa do dinheiro. E foi por causa disso que fiquei com você até hoje. Mas, infelizmente, não dá mais. Eu amadureci e acho ridículo eu continuar com você só por causa do seu dinheiro. Me desculpe, mas eu quero a separação, Waldomira.

Waldomira bate palmas ironicamente.

WALDOMIRA: Lindo o seu discurso, Daniel. Parabéns. Pena que está cheio de mentiras. Inclusive, você já está preparadíssimo para assumir algum cargo político no Brasil, porque você leva jeito para bolar discurso de corrupto tentando se passar por honesto. Você acha que vai enganar quem com isso? Tudo bem, pode se separar de mim. Mas saiba que eu não sou burra. Você pensa que eu não sei que você só me usou para vir morar no exterior, ter uma vida de luxo, ficar rico, tomar meu dinheiro e depois me jogar fora como se eu fosse um brinquedinho? Tudo bem, volta para aquele país xexelento. Agora que você já subiu na vida e ganhou um monte de dinheiro graças a mim, como era seu plano inicial, tanto faz em que país você vai morar, né? Agora que tem dinheiro para comprar uma mansão, o carro do ano, ter vários empregados… já pode me jogar fora. Tudo bem. Até mais.

Daniel olha para Waldomira, assustado com o que a mulher dissera.

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CENA 5
Bela Paisagem, casa de Raul e Francine, quarto do casal, interior, dia.

Raul está mexendo em seu guarda-roupa, irritado.

RAUL: Ai, meu Deus! Onde está minha camisa roxa?! Quer ver que aquela faxineira dos infernos guardou em algum lugar diferente? Vou procurar lá no porão.

Raul sai do quarto e começa a caminhar em direção ao porão da casa. Ele abre a porta do aposento e adentra aquele lugar sombrio, gigantesco e cheio de coisas velhas como um sofá rasgado e diversos livros antigos. Raul vê uma camisa roxa em cima de uma pequena mesa no centro do porão.

RAUL: Eu sabia!

Raul vai até a mesa e puxa sua camisa. É revelado, debaixo dela, uma pequena caixa de madeira, trancada com um cadeado grosso e resistente. Raul fica intrigado com aquilo e analisa a caixa atentamente.

RAUL: Ué? Que é isso?!

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CENA 6
Aeroporto de Los Angeles, interior, dia.

Daniel está sentado na sala de embarque, segurando uma mala e esperando a hora de seu voo chegar. A câmera foca no cartão de embarque que Daniel segura, onde está escrito, em inglês, os seguintes dizeres:

Companhia aérea: California International

Nº do voo: JL7689

Passageiro: Daniel Fagundes

Procedência do voo: Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos

Destino do voo: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Daniel ouve uma voz saindo das caixas de som do aeroporto.

FUNCIONÁRIO DO AEROPORTO (em inglês): Passageiros do voo JL7689 com destino ao Rio de Janeiro, no Brasil, favor se dirigirem ao portão de embarque de número 6.

Daniel confere em sua passagem e vê que o funcionário estava falando sobre seu voo. Ele se levanta da cadeira e vai em direção ao portão 6. Ele mostra o passaporte e o cartão de embarque para a comissária de bordo e entra na aeronave.

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CENA 7
Rio de Janeiro, casa de Heloísa, Juarez e Breno, interior, dia.

Juarez está sentado na mesa da cozinha lendo um jornal quando Heloísa aparece na porta do aposento, de roupão e com uma cara de sono.

JUAREZ: Bom dia, meu amor.

HELOÍSA: Bom dia. Cadê o Breno? Já foi para a faculdade, tão cedo?

JUAREZ: Foi. E não é tão cedo assim, não. Você que dormiu demais.

HELOÍSA: Verdade. Estou parecendo uma adolescente de férias.

JUAREZ: E parece mesmo. Tem 48 anos com corpinho de 16.

HELOÍSA: Há-há-há! Você é o melhor marido do mundo. Só você mesmo para aumentar minha autoestima desse jeito. Não tenho corpinho de 16 nem aqui nem na China.

JUAREZ: Para mim você tem.

Juarez dá um sorriso e beija Heloísa novamente.

JUAREZ: Bem, agora eu tenho que ir trabalhar. Um bom dia para você, amor.

HELOÍSA: Obrigada, para você também.

Juarez se levanta da mesa e vai embora.

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CENA 8
Rio de Janeiro, casa de Jandira e Guilherme, interior, dia.

Na cama do casal, Guilherme está deitado com Bruninha ao seu lado, escorando a cabeça em seu peito. Os dois estão pelados, e um lençol branco cobre as partes íntimas dos dois.

BRUNINHA: Sabia que eu tenho um fetiche por taxistas? Eles me deixam louca! E você é o meu taxista preferido.

GUILHERME: Claro, né. Não há nenhum taxista mais gostoso do que eu nesse mundo.

BRUNINHA: Verdade.

A amante de Guilherme começa a beijá-lo. Do lado de fora da casa, Jandira para em frente à porta. Ela procura sua chave dentro da bolsa. Sorrindo, ela fala sozinha.

JANDIRA: Ai, estou louca para ver a cara de surpreso do Guilherme. Ele não tem nem ideia de que a esposa gostosa dele tá chegando em casa e prestes a deixá-lo louquinho…

Jandira abre a porta da casa e entra.

JANDIRA: Ué, cadê o Guizinho? Deve estar no quarto.

Ela caminha em direção ao quarto. Ela faz uma cara de desentendida quando ouve uma voz de mulher.

JANDIRA: Ôxe… espero que não seja o que eu tô pensando!

Ela abre o quarto e vê Guilherme beijando Bruninha, deitado na cama. Uma lágrima escorre pelo rosto da doméstica.

JANDIRA: Seu… SEU CANALHA!

Guilherme vira o rosto e fica espantado ao ver a esposa parada na porta, chorando.

GUILHERME: Jan… Jandira?! Você não disse que ia chegar mais tarde hoje?!

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CENA 9
Rio de Janeiro, flat, interior, dia.

A porta do apartamento se abre e Glória entra, juntamente com um corretor de imóveis.

GLÓRIA: Nossa, que apartamento bonitinho!

CORRETOR: Verdade. E o preço está bem amigável.

GLÓRIA: Sim, ele está muito barato! E é lindo, assim como toda a mobília. Amei ele, é super a minha cara. Já decidi, vou alugá-lo.

O corretor dá um sorriso.

CORRETOR: A senhora está fazendo a coisa certa. E, se a senhora não se sentir constrangida, eu queria fazê-la uma pergunta um tanto inconveniente. Por que a senhora não vai mais morar com o seu Marcelo, seu marido?

GLÓRIA: Bem, é que… eu vou me separar dele. O casamento já não estava mais dando certo, então eu resolvi optar pelo divórcio. Então eu vou alugar esse flat com o dinheiro que eu ganho com o meu restaurante. Não sei se você sabe, mas eu e meu cunhado somos donos do restaurante Água na Boca. O Rafa, marido da Heloísa, irmã do Marcelo, também é formado em gastronomia e então nós resolvemos abrir esse restaurante juntos. E até que tem bastante movimento. Então vai dar para eu alugar o apê.

CORRETOR: Ah, claro. Entendo. E parabéns, viu, a comida do seu restaurante é ótima.

GLÓRIA: Obrigada!

CORRETOR: Bem, vou providenciar a papelada para o aluguel do apartamento o mais breve possível. Mas se a senhora quiser já se mudar para cá, pode se mudar, mesmo antes de assinar os papéis. Entendo que a senhora está sem lugar para morar por enquanto.

GLÓRIA: Tudo bem, muito obrigada.

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CENA 10
Rio de Janeiro, apartamento de Beatriz, exterior, dia.

Beatriz caminha pelo corredor do 9º andar de seu edifício, que é onde mora.

BEATRIZ (falando sozinha): Nossa, não sei se vou conseguir fazer todo esse dever de casa que deram na faculdade. Meu Deus, nunca vi tanto dever na minha vida. Faculdade de medicina não é moleza, não. Ainda bem que a aula de hoje acabou.

Beatriz chega em seu apartamento, tira a chave de sua bolsa e então abre a porta. Ela leva um susto e solta um grito quando enxerga um homem só de cueca sentado no sofá de seu apartamento.

JUAREZ: Vim fazer uma surpresinha para você, minha linda.

Beatriz, quando percebe que é Juarez, desfaz a cara de susto e abre um largo sorriso.

BEATRIZ: Que surpresa boa!

Beatriz fecha a porta do apartamento.

BEATRIZ: Que desculpa você deu para aquela velha coroca da sua mulher dessa vez?

JUAREZ: Disse que ia trabalhar, como sempre. E aconselho você a não falar dela assim, afinal é com o dinheiro dela que eu pago sua faculdade de medicina.

BEATRIZ: Verdade. Vou me calar.

JUAREZ: Agora vem aqui comigo, vem.

BEATRIZ: Com o maior prazer.

A câmera mostra Beatriz indo em direção ao amante, e fica subentendido que os dois fazem amor.

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CENA 11
Rio de Janeiro, Hospital Samaritano, interior, dia.

Taís está deitada na cama do hospital, de olhos fechados. A câmera percorre o corpo da mulher, focando em suas rugas para mostrar que ela está 20 anos mais velha. Porém, a câmera para em frente aos olhos da vilã.

Do nada, suas pálpebras se abrem. Taís se levanta da cama, ficando sentada, e câmera foca em seu rosto diabólico. Então, a tela começa a escurecer até ficar completamente negra.

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